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O Blog da Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras

As últimas notícias sobre o Lar de Nossa Senhora da Misericórdia, Clínica Domus Misericordiae, ERPI, Creche, Jardim de Infância, CATL, Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário

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Partilha de recursos sim, mas com otimismo

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Mais de 160 pessoas de 16 Misericórdias do distrito de Lisboa apelaram a uma estratégia de partilha de informação e recursos que garanta a sustentabilidade, mas sem descurar um outro aspeto fundamental: o otimismo. Estas duas ideias foram transversais às mesas redondas das jornadas de reflexão do Secretariado Regional de Lisboa (SRL), da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), a 18 de abril em Torres Vedras.

 

Pela primeira vez, o debate fez-se entre técnicos e dirigentes, o que para a presidente do Secretariado e provedora de Cascais, Isabel Miguens Bouças, foi “muito importante porque no dia-a-dia quem está na linha da frente são os técnicos”. E foram eles os alvos de algumas das conclusões deste encontro. Formação de colaboradores com vista a redução de custos foi uma delas. Apresentadas pelo irmão da Misericórdia da Amadora, o jornalista Joaquim Franco, as conclusões apontavam “a formação não como um custo, mas um investimento” e, nesse sentido, “é fundamental a partilha de informação”.

 

Mas ainda há um longo caminho a fazer, considerou o presidente do Conselho Nacional da UMP, que esteve na sessão de encerramento. “As Misericórdias, em tempos votadas a um certo isolamento, têm de passar a funcionar em rede, sem perda da sua autonomia e soberania”, disse Fernando Cardoso Ferreira.

 

Na mesma sessão esteve a presidente do Instituto da Segurança Social (ISS), que foi perentória: as parcerias vão ter de acontecer. Falando sobre o Portugal 2020, Mariana Ferreira relembrou que “vamos ter de descobrir mecanismos de partilha que permitam aumentar a eficiência na gestão das instituições”. Além disso, aquela responsável destacou que algumas ferramentas de gestão são indispensáveis para medição do impacto da ação das Misericórdias. Mariana Ferreira defendeu que “é preciso mostrar este impacto da ação aos portugueses” para garantir que no futuro o setor solidário continue a ser um parceiro privilegiado do Estado. Importa, referiu, que “a contratualização seja bem-sucedida, monitorizada, avaliada e fiscalizada e que o cidadão saiba exatamente como é utilizada a verba dos seus impostos”.

 

Além de gestão e sustentabilidade, um aspeto imaterial marcou igualmente o debate em Torres Vedras. A formação para os valores e o otimismo foram considerados determinantes. “Entende-se que, pelos valores, pela história e por aquilo que elas representam, há todas as condições nas Misericórdias para promover o otimismo e contrariar a ideia das impossibilidades. O otimismo promove competência, eficácia e ajuda a concretizar ideal das Misericórdias”, refere-se nas conclusões.

 

E porque os voluntários também são colaboradores, as Misericórdias consideraram que deverão ser encetadas ações de sensibilização para o voluntariado junto das camadas mais jovens das respostas de infância e juventude e também uma espécie de programa Erasmus regional. A ideia é proporcionar aos voluntários a partilha de experiências, especialmente em meios diferentes da sua origem.

 

Na sessão de encerramento também marcou presença o bispo auxiliar de Lisboa. Em representação do cardeal patriarca, D. José Traquina focou o papel das Santas Casas na renovação de mentalidades e no combate à indiferença. A proclamação do jubileu da misericórdia, pelo Papa Francisco, vem fazer uma “proposta de vida espiritual dos cristãos que nos leva a um maior interesse pelos outros”. Nesta caminhada, o Papa propôs uma releitura das obras de misericórdia nos dias de hoje. Para D. José Traquina, isto significa que as Santas Casas “continuam atualizadas”.

 

Recorde-se que o SRL é composto pelas Misericórdias de Cascais, Amadora e Torres Vedras, cujo provedor, Vasco Fernandes, não teve dúvidas em afirmar que “esta foi a maior reunião realizada pelo Secretariado”.

 

Texto Ana Cargaleiro de Freitas

Voz das Misericórdias, Abril 2015