Ser voluntário é gratificante e fácil
Vontade. É desta palavra, com origem no latim “voluntas”, que deriva a palavra voluntariado. Voluntário é aquele ou aquilo que age sem que seja induzido a tal, mas pela própria vontade, por motivação intrínseca.
Tudo o que é expontâneo é voluntário. Com o passar do tempo, a expressão “trabalhador voluntário” transformou-se apenas em “voluntário”, que passou a designar aquelas pessoas que trabalham sem remuneração, geralmente com objectivos filantrópicos, de ajuda ao próximo e assistência social, e que o fazem necessariamente por vontade própria.
A figura do voluntário assistencial existe há milhares de anos, uma passagem muito conhecida é a do “bom samaritano”, parábola bíblica que trata de um viajante da Samaria que, sem esperar nada em troca, provê auxílio a uma pessoa ferida caída na estrada.
Durante muitos anos, coube exclusivamente às religiões o papel do voluntariado e da assistência social, como no caso da saúde e educação. Ao longo dos anos, surgiram organizações como a maçonaria (nos moldes actuais desde o século 18) e clubes de serviços como o Rotary, Lions e o escotismo (início do século 20) que embora não tenham a filantropia e assistência social como seu objetivo principal, têm o voluntariado como mola propulsora, e congregam milhões de pessoas mundo afora.
É importante frisar que todos podem ser voluntários, e há várias formas simples de sê-lo, desde gravar a leitura de livros, para que bibliotecas possam oferecê-los em versão falada a deficientes visuais, a praticar voluntariado sem sair de casa, como se descobre ao digitar “voluntariado online” no Google.
Existe ainda a possibilidade de praticar trabalho voluntário no exterior, como no programa Voluntários da ONU (UNV), que actua em comunidades carentes, áreas de conflito ou em cenários de desastres naturais; ou em acampamentos na Irlanda para cuidar de deficientes (os dois possuem ajuda de custo para o período de voluntariado), por exemplo.
Há vagas para voluntários de todas as idades, escolaridades, nível de renda e qualificação. Para saber onde achar uma oportunidade de emprestar o seu trabalho, o seu conhecimento e o eu tempo, é preciso fazer para si mesmo algumas perguntas que orientarão o caminho: qual habilidade e conhecimento que eu tenho para compartilhar? Quantas horas semanais ou mensais eu posso disponibilizar? Que tipo de trabalho mais me agrada? A partir destas respostas, fica mais fácil encontrar a organização certa.
Por outro lado, o voluntário que as organizações e comunidades mais desejam é o que tenha bom carácter e comprometimento. Voluntários não comprometidos atrapalham. Assim como não se pode deixar de ir ao trabalho remunerado por conta de factores como chuva ou a falta de ânimo, também o trabalho voluntário precisa ser levado a sério, já que há inclusive legislação sobre o assunto.
Participar de projectos sociais e actuar em comunidades carentes desinteresadamente traz diversos benefícios ao voluntário: grande satisfação pessoal, por sentir-se responsável por uma parcela de contribuição à melhoria do mundo; aquisição e exercício de experiências profissionais, que são valorizadas pelas empresas na hora da contractação e podem fazer a diferença na hora da tomada de decisão; favorecimento do uso da criatividade ao aliar poucos recursos e um enorme desafio no combate às más condições de vida; e ser protagonista do desenvolvimento sustentável, o novo paradigma que dominará as empresas, governos e sociedade no século 21.
Ser voluntário é gratificante e fácil, basta ter comprometimento e vontade.
Fonte: extraído de um artigo intitulado:”Amor sem preço”
de GUILHERME AUGUSTO HEINEMANN GASSENFERTH
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