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O Blog da Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras

As últimas notícias sobre o Lar de Nossa Senhora da Misericórdia, Clínica Domus Misericordiae, ERPI, Creche, Jardim de Infância, CATL, Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário

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Trabalho voluntário para adolescentes

 

No passado 22 de Julho, o primeiro-ministro britânico lançou um projecto nacional de trabalho voluntário para adolescentes. Dez mil jovens de 16 anos irão participar na iniciativa piloto, prevista para o verão de 2011. No programa, com duração total de 8 semanas, os participantes vão passar 10 dias fora de casa. O objectivo, segundo Cameron, é ensinar os jovens a ser socialmente responsáveis por meio de trabalhos comunitários e acções sociais.

Com esta medida, o governo inglês chamou claramente a atenção para a importância da solidariedade como expressão de cidadania, e do voluntariado como forma de exercer o compromisso decorrente de ser cidadão em pleno e ter um papel interventivo contra uma sociedade apática.

É que, num tempo em que a tecnologia e a ciência progridem na razão inversa do número de pessoas que dela beneficiam e em que a recente crise económica e financeira mundial veio evidenciar a escandalosa desigualdade na distribuição das riquezas e dos recursos, multiplicando o número de pobres e excluídos, ninguém pode ficar indiferente.

Impõe-se construir uma sociedade mais justa e equitativa baseada num novo paradigma social e económico, cuja preocupação primordial seja a promoção dos direitos dos cidadãos e cidadãs e que tenha por principal matriz a solidariedade.

Como braço executivo da solidariedade, o voluntariado é um factor de coesão social e um poderoso meio de transformar o mundo, contribuindo para a passagem de condições menos humanas para condições mais humanas, rompendo a cadeia da dependência, quebrando o ciclo da pobreza e a consequente exclusão social, incidindo nas causas que estão na origem dos problemas, e não se limitando a efémeros paliativos.

Como afirmou Bento XVI, “Sem voluntariado o bem comum e a sociedade não podem durar muito porque o seu progresso e a sua dignidade dependem em boa parte daquelas pessoas que fazem mais do que o seu estrito dever”.

Os voluntários são aqueles que apostam e arriscam tudo por um mundo melhor. São aqueles que não ficam indiferentes!

Mercedes Balsemão
Presidente da SIC Esperança
In: Jornal de Notícias, Opinião, 16 de Agosto de 2010

Microcrédito gera 566 empresas em plena crise

Em dez anos foram criadas 1368 empresas através do microcrédito. 40% dos projectos surgiram desde 2008.

 

Em dez anos, o microcrédito ajudou a criar 1368 empresas em Portugal e, pelo menos, 1751 postos de trabalho directos. Mais de 40% destes negócios surgiram nos últimos dois anos e meio, em plena crise. Prova de que, numa altura em que o desemprego atinge 590 mil pessoas - dados divulgados ontem pelo INE -, o microcrédito está a estabelecer-se como instrumento de combate à pobreza e como saída para os desempregados.

 

Os dados de 1999 a 2010 são da Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC), entidade que aplica a filosofia de Muhammad Yunus, o "banqueiro dos pobres" que foi galardoado com o Nobel da Paz. E mostram que 73% desses negócios ainda se mantêm, tendo sobrevivido ao período conturbado da crise. Ou seja, parte dos sete milhões de euros emprestados neste período foram bem aplicados e as empresas permanecem de portas abertas. São na maioria negócios ligados ao comércio e restauração, implementados por pessoas entre os 25 e 39 anos, com o ensino secundário ou o 3º ciclo.

 

A dimensão do microcrédito não se esgota na ANDC. Apesar de no início terem levantado reticências, os bancos criaram os seus produtos, têm melhorado as condições e aumentado os montantes emprestados. Muitos empresários vão, por isso, directamente ao banco e não contam com o apoio da associação.

 

Actualmente, Caixa Geral de Depósitos, BCP, Banco Espírito Santo, Banif, Santander Totta e BPI têm produtos destes.

 

O BES confirma que são cada vez mais os que vêem no microcrédito a solução do seu problema. "Nos últimos onze meses, tivemos solicitações de crédito a rondar 5,5 milhões de euros, tendo já concedido 1,1 milhões, possibilitando a criação de mais de uma centena de postos de trabalho", disse ao DN Manuel Henrique Rodrigues. O director do gabinete de microcrédito do BES sublinha que o acompanhamento de proximidade aos clientes permite obter taxas de incumprimento bastante reduzidas. "Os montantes demonstram que vale a pena apostar nestes 'novos' empreendedores". Manuel Rodrigues diz ainda que, a muitos, "a crise trouxe ousadia e vontade de vencer".

 

Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), considera que, apesar do esforço dos agentes sociais, são poucos os projectos gerados pelo microcrédito. "Durante anos instituíram-se apenas direitos às pessoas e não se apostou na promoção da sua autonomia.

 

Habituámo-nos a pensar que o futuro é sempre assegurado por outrem", disse ao DN. Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas, subscreve a CNIS e alerta para as potencialidades e riscos de investir em plena crise. "Por um lado, é uma alternativa. Por outro, as dificuldades de escoamento de produtos e serviços são maiores. O Estado, enquanto regulador, devia dar um incentivo", afirmou.

 

 

Fonte: Diário de Notícias
Data: 18-08-2010
Autor: Rita Carvalho