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O Blog da Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras

As últimas notícias sobre o Lar de Nossa Senhora da Misericórdia, Clínica Domus Misericordiae, ERPI, Creche, Jardim de Infância, CATL, Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário

O Blog da Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras

As últimas notícias sobre o Lar de Nossa Senhora da Misericórdia, Clínica Domus Misericordiae, ERPI, Creche, Jardim de Infância, CATL, Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário

Ser voluntário é gratificante e fácil


Vontade. É desta palavra, com origem no latim “voluntas”, que deriva a palavra voluntariado. Voluntário é aquele ou aquilo que age sem que seja induzido a tal, mas pela própria vontade, por motivação intrínseca.

Tudo o que é expontâneo é voluntário. Com o passar do tempo, a expressão “trabalhador voluntário” transformou-se apenas em “voluntário”, que passou a designar aquelas pessoas que trabalham sem remuneração, geralmente com objectivos filantrópicos, de ajuda ao próximo e assistência social, e que o fazem necessariamente por vontade própria.

A figura do voluntário assistencial existe há milhares de anos, uma passagem muito conhecida é a do “bom samaritano”, parábola bíblica que trata de um viajante da Samaria que, sem esperar nada em troca, provê auxílio a uma pessoa ferida caída na estrada.

Durante muitos anos, coube exclusivamente às religiões o papel do voluntariado e da assistência social, como no caso da saúde e educação. Ao longo dos anos, surgiram organizações como a maçonaria (nos moldes actuais desde o século 18) e clubes de serviços como o Rotary, Lions e o escotismo (início do século 20) que embora não tenham a filantropia e assistência social como seu objetivo principal, têm o voluntariado como mola propulsora, e congregam milhões de pessoas mundo afora.

É importante frisar que todos podem ser voluntários, e há várias formas simples de sê-lo, desde gravar a leitura de livros, para que bibliotecas possam oferecê-los em versão falada a deficientes visuais, a praticar voluntariado sem sair de casa, como se descobre ao digitar “voluntariado online” no Google.

Existe ainda a possibilidade de praticar trabalho voluntário no exterior, como no programa Voluntários da ONU (UNV), que actua em comunidades carentes, áreas de conflito ou em cenários de desastres naturais; ou em acampamentos na Irlanda para cuidar de deficientes (os dois possuem ajuda de custo para o período de voluntariado), por exemplo.

Há vagas para voluntários de todas as idades, escolaridades, nível de renda e qualificação. Para saber onde achar uma oportunidade de emprestar o seu trabalho, o seu conhecimento e o eu tempo, é preciso fazer para si mesmo algumas perguntas que orientarão o caminho: qual habilidade e conhecimento que eu tenho para compartilhar? Quantas horas semanais ou mensais eu posso disponibilizar? Que tipo de trabalho mais me agrada? A partir destas respostas, fica mais fácil encontrar a organização certa.

Por outro lado, o voluntário que as organizações e comunidades mais desejam é o que tenha bom carácter e comprometimento. Voluntários não comprometidos atrapalham. Assim como não se pode deixar de ir ao trabalho remunerado por conta de factores como chuva ou a falta de ânimo, também o trabalho voluntário precisa ser levado a sério, já que há inclusive legislação sobre o assunto.

Participar de projectos sociais e actuar em comunidades carentes desinteresadamente traz diversos benefícios ao voluntário: grande satisfação pessoal, por sentir-se responsável por uma parcela de contribuição à melhoria do mundo; aquisição e exercício de experiências profissionais, que são valorizadas pelas empresas na hora da contractação e podem fazer a diferença na hora da tomada de decisão; favorecimento do uso da criatividade ao aliar poucos recursos e um enorme desafio no combate às más condições de vida; e ser protagonista do desenvolvimento sustentável, o novo paradigma que dominará as empresas, governos e sociedade no século 21.

Ser voluntário é gratificante e fácil, basta ter comprometimento e vontade.

Fonte: extraído de um artigo intitulado:”Amor sem preço”

de GUILHERME AUGUSTO HEINEMANN GASSENFERTH

site: clicRBS

24 horas pelo Combate à Pobreza e à Exclusão Social

O Ano Europeu do Combate à Pobreza e Exclusão Social tem como objectivo reafirmar e reforçar o empenho político em tomar medidas com impacto decisivo no que respeita à erradicação da pobreza. Procura-se com este ano dar visibilidade à luta contra a pobreza e exclusão social e sensibilizar os diferentes sectores da sociedade para a responsabilidade de todos no combate à pobreza.

 

No âmbito das comemorações deste ano europeu, a Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN) encontra-se a promover o desenvolvimento de Focus Weeks nos diferentes Estados Membros. Com estas Focus Weeks pretende-se concentrar numa única semana diferentes actividades de sensibilização e lobby, procurando assim garantir uma maior projecção e visibilidade à luta contra a pobreza e um maior impacto das actividades desenvolvidas. Em Portugal, a Focus Week irá decorrer entre os dias 4 e 10 de Outubro.

 

É neste contexto que um grupo de organizações da sociedade civil se reuniu para desenvolver o evento “24h pelo Combate à Pobreza e à Exclusão Social”, um evento de activismo, mobilização e sensibilização para a problemática da pobreza e de sensibilização para uma percepção, por parte da sociedade portuguesa, da pobreza enquanto uma efectiva violação dos Direitos Humanos. Este evento irá ocorrer no dia 6 de Outubro e quer em Lisboa, quer no Porto, já existem actividades programadas.

 

Neste sentido apelamos à sua participação na organização de actividades no seu território que decorram nas 24 horas do dia 6 de Outubro. Como pode ver no documento de apresentação em anexo, as actividades são da responsabilidade da entidade que as organiza, devendo no entanto, corresponder aos objectivos da iniciativa. São dados alguns exemplos de actividades que irão decorrer e que poderão replicadas nos diferentes territórios, sem prejuízo para a criatividade de cada organização.

 

Para congregar e divulgar todas as iniciativas que vão decorrer no país neste dia, solicitamos o preenchimento da ficha de participação em anexo e o seu envio para o email:

 

24hcombatepobreza@gmail.com até ao próximo dia 17 de Setembro.

 

Para a sua divulgação e para que tenha um impacto maior na comunicação social e logo na população em geral, contamos com a coloboração de uma agência de comunicação profissional.

 

Adira à iniciativa porque POBREZA É FICAR INDIFERENTE!

Trabalho voluntário para adolescentes

 

No passado 22 de Julho, o primeiro-ministro britânico lançou um projecto nacional de trabalho voluntário para adolescentes. Dez mil jovens de 16 anos irão participar na iniciativa piloto, prevista para o verão de 2011. No programa, com duração total de 8 semanas, os participantes vão passar 10 dias fora de casa. O objectivo, segundo Cameron, é ensinar os jovens a ser socialmente responsáveis por meio de trabalhos comunitários e acções sociais.

Com esta medida, o governo inglês chamou claramente a atenção para a importância da solidariedade como expressão de cidadania, e do voluntariado como forma de exercer o compromisso decorrente de ser cidadão em pleno e ter um papel interventivo contra uma sociedade apática.

É que, num tempo em que a tecnologia e a ciência progridem na razão inversa do número de pessoas que dela beneficiam e em que a recente crise económica e financeira mundial veio evidenciar a escandalosa desigualdade na distribuição das riquezas e dos recursos, multiplicando o número de pobres e excluídos, ninguém pode ficar indiferente.

Impõe-se construir uma sociedade mais justa e equitativa baseada num novo paradigma social e económico, cuja preocupação primordial seja a promoção dos direitos dos cidadãos e cidadãs e que tenha por principal matriz a solidariedade.

Como braço executivo da solidariedade, o voluntariado é um factor de coesão social e um poderoso meio de transformar o mundo, contribuindo para a passagem de condições menos humanas para condições mais humanas, rompendo a cadeia da dependência, quebrando o ciclo da pobreza e a consequente exclusão social, incidindo nas causas que estão na origem dos problemas, e não se limitando a efémeros paliativos.

Como afirmou Bento XVI, “Sem voluntariado o bem comum e a sociedade não podem durar muito porque o seu progresso e a sua dignidade dependem em boa parte daquelas pessoas que fazem mais do que o seu estrito dever”.

Os voluntários são aqueles que apostam e arriscam tudo por um mundo melhor. São aqueles que não ficam indiferentes!

Mercedes Balsemão
Presidente da SIC Esperança
In: Jornal de Notícias, Opinião, 16 de Agosto de 2010

Microcrédito gera 566 empresas em plena crise

Em dez anos foram criadas 1368 empresas através do microcrédito. 40% dos projectos surgiram desde 2008.

 

Em dez anos, o microcrédito ajudou a criar 1368 empresas em Portugal e, pelo menos, 1751 postos de trabalho directos. Mais de 40% destes negócios surgiram nos últimos dois anos e meio, em plena crise. Prova de que, numa altura em que o desemprego atinge 590 mil pessoas - dados divulgados ontem pelo INE -, o microcrédito está a estabelecer-se como instrumento de combate à pobreza e como saída para os desempregados.

 

Os dados de 1999 a 2010 são da Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC), entidade que aplica a filosofia de Muhammad Yunus, o "banqueiro dos pobres" que foi galardoado com o Nobel da Paz. E mostram que 73% desses negócios ainda se mantêm, tendo sobrevivido ao período conturbado da crise. Ou seja, parte dos sete milhões de euros emprestados neste período foram bem aplicados e as empresas permanecem de portas abertas. São na maioria negócios ligados ao comércio e restauração, implementados por pessoas entre os 25 e 39 anos, com o ensino secundário ou o 3º ciclo.

 

A dimensão do microcrédito não se esgota na ANDC. Apesar de no início terem levantado reticências, os bancos criaram os seus produtos, têm melhorado as condições e aumentado os montantes emprestados. Muitos empresários vão, por isso, directamente ao banco e não contam com o apoio da associação.

 

Actualmente, Caixa Geral de Depósitos, BCP, Banco Espírito Santo, Banif, Santander Totta e BPI têm produtos destes.

 

O BES confirma que são cada vez mais os que vêem no microcrédito a solução do seu problema. "Nos últimos onze meses, tivemos solicitações de crédito a rondar 5,5 milhões de euros, tendo já concedido 1,1 milhões, possibilitando a criação de mais de uma centena de postos de trabalho", disse ao DN Manuel Henrique Rodrigues. O director do gabinete de microcrédito do BES sublinha que o acompanhamento de proximidade aos clientes permite obter taxas de incumprimento bastante reduzidas. "Os montantes demonstram que vale a pena apostar nestes 'novos' empreendedores". Manuel Rodrigues diz ainda que, a muitos, "a crise trouxe ousadia e vontade de vencer".

 

Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), considera que, apesar do esforço dos agentes sociais, são poucos os projectos gerados pelo microcrédito. "Durante anos instituíram-se apenas direitos às pessoas e não se apostou na promoção da sua autonomia.

 

Habituámo-nos a pensar que o futuro é sempre assegurado por outrem", disse ao DN. Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas, subscreve a CNIS e alerta para as potencialidades e riscos de investir em plena crise. "Por um lado, é uma alternativa. Por outro, as dificuldades de escoamento de produtos e serviços são maiores. O Estado, enquanto regulador, devia dar um incentivo", afirmou.

 

 

Fonte: Diário de Notícias
Data: 18-08-2010
Autor: Rita Carvalho

Da criação e manutenção do emprego dependem a estabilidade social

É uma infeliz coincidência que no Ano Europeu da Luta Contra a Pobreza e Exclusão Social que está em curso, se batam todos os recordes de desemprego em Portugal

 

Estima-se que o número real de pessoas sem emprego no nosso país rondará os 742 mil. Há 643 mil pessoas inscritas nos Centros de Emprego, destas, cerca de 240 mil não recebem apoios sociais, ou seja, não tem emprego nem qualquer apoio. Esta estimativa é o resultado de um cruzamento dos dados da Segurança Social e do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) feita em Junho, mas o número pode ser ainda superior, já que os dados não incluem quem já desistiu de procurar trabalho ou aqueles que fazem pequenos trabalhos.

Estes números terão que nos fazer reflectir com seriedade, pois revelam um aumento muito significativo da pobreza já existente. Uma sondagem do Eurobarómetro divulgada em Bruxelas no mês de Junho indica que mais de 90 por cento dos portugueses considera que a pobreza aumentou em Portugal nos últimos doze meses.

Perto de metade dos portugueses inquiridos, 46 por cento dizem que, ao longo do último ano, foi uma luta constante para conseguir pagar despesas correntes e créditos, 18 por cento diz mesmo que, em algumas ocasiões, o dinheiro não chegou para as despesas fixas com contas e alimentação. Problemas que se estendem às despesas de saúde do último semestre, com 47 por cento dos inquiridos a assumirem dificuldades também nesta área. Este inquérito surge quando já decorreu a primeira metade do Ano Europeu de Combate à Pobreza e à Exclusão Social e após o compromisso assumido no passado dia 17 de Junho, pelos dirigentes da União Europeia, de retirar 20 milhões de europeus da pobreza e da exclusão social na próxima década.

Perante um quadro negro como este, é caso para perguntar como será possível ultrapassar uma crise desta dimensão, com propensão para se agravar, se não houver boa vontade não só dos Governantes, mas de todos os portugueses. Há necessidade de criar uma mentalidade de solidariedade social e é evidente que o exemplo terá que ser dado por aqueles que mais têm, mas também exige que cada um de nós gaste apenas o indispensável. A palavra sacrifício – e o seu espírito – impõem-se nas acções do quotidiano, para que possamos ter uma ténue esperança de voltar a usufruir de condições e meios de sobrevivência dignas de um ser humano.

A pobreza é um teste à nossa capacidade de sobrevivência e também de fé num futuro melhor. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados, disse o Senhor, não são palavras vãs, mas incentivo à prática da caridade de uns para com os outros. A pobreza não envergonha quem por ela é atingido, mas é um tremendo desafio para aqueles que usando a riqueza em proveito próprio, esquecem o seu concidadão que vive sem o necessário, possivelmente mesmo ao seu lado.

 

 

Fonte: Eduardo Santos | FÁTIMA MISSIONÁRIA
14-08-2010  08:30


Idália Moniz, Secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação - Realça a responsabilidade social do Estado

 

Em entrevista à revista País Positivo, Idália Moniz, Secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, analisou o papel do Estado na criação de respostas sociais eficazes e capazes de beneficiar a população mais carenciada e desprotegida.

 

Recentemente, afirmou que a verdadeira responsabilidade social do Estado está reflectida nos acordos de cooperação estabelecidos com as instituições de solidariedade social. Neste âmbito, aponte as principais medidas do actual governo para atingir este patamar de responsabilidade social.


O modelo europeu de Estado Social caracteriza-se pelo princípio do Estado se responsabilizar pelo bem-estar dos cidadãos, em particular dos mais vulneráveis e, nessa perspectiva, procurar garantir o acesso dos cidadãos aos equipamentos e respostas sociais necessárias.

 

Em Portugal esta responsabilidade social é assumida pelo Estado em estreita parceria com as Instituições de Solidariedade Social e a sua trave mestra são os acordos de cooperação, através dos quais o Estado financia estas Instituições, apoiando simultaneamente de forma indirecta as famílias. Só entendemos, verdadeiramente, estes apoios, quando necessitamos de procurar uma resposta social para um familiar e comparamos o seu custo no mercado privado com o custo praticado no sector solidário apoiado pelo Estado.

 

O Orçamento da Cooperação em 2009 com as mais de 3.600 Instituições de Solidariedade superou os mil milhões de euros e produziu efeitos directos e indirectos nas famílias, não apenas pela comparticipação das respostas sociais, mas também porque estas Instituições privadas empregam mais de 200 mil trabalhadores e dão um importante contributo para o desenvolvimento local.

 

Em primeiro lugar, naturalmente, pretendemos o alargamento e o reforço da rede de equipamentos e respostas sociais. Em segundo lugar, a expansão da rede de equipamentos e serviços é acompanhada por uma preocupação com a utilização criteriosa dos recursos existentes.

 

O Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES) foi criado em 2006, para relançar o investimento em equipamentos sociais para as crianças, os idosos e as pessoas com Deficiência, de forma planificada; e para responder às necessidades identificadas das famílias, através da selecção prioritária de projectos inseridos em territórios com taxas de cobertura mais baixas e mais vulneráveis à exclusão social.

 

O PARES tem uma dotação pública de 212 milhões de euros, dando origem a 1058 respostas sociais que abrangem 38331 utentes e criam 9664 postos de trabalho directos.

 

A acção social é um dos importantes alicerces da sociedade moderna e nesse âmbito o trabalho realizado pelas instituições de solidariedade social é fundamental para uma maior justiça e integração dos mais desfavorecidos, mas muitas são as que enfrentam dificuldades no desenvolvimento da sua missão.

Nesse sentido, quais têm sido as principais medidas do Estado para apoiar estas instituições na sua missão?

 

A colaboração entre o Estado e as instituições da economia solidária, ou se preferirem do 3º sector, estende-se a domínios tão vastos como a prestação de serviços sociais de proximidade aos cidadãos, a promoção de projectos de desenvolvimento local e a inclusão de pessoas em situação de pobreza e de exclusão.

 

Com o objectivo de garantirem a existência de serviços sociais de qualidade e o acesso dos cidadãos mais desfavorecidos a esses serviços continua em implementação o Programa de Cooperação para o Desenvolvimento da Qualidade das respostas sociais, que resultou de um acordo entre o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social e as três uniões representativas das Instituições de SolidariedadeEstado e Instituições de Solidariedade estão empenhados em assumir este desafio para a mudança relativamente à capacidade de promover a qualidade dos equipamentos e serviços que beneficiam as diferentes comunidades e famílias.

 

Outro exemplo recente de cooperação frutuosa entre o Estado, incluindo as Câmaras Municipais, e as Instituições de Solidariedade é o Programa Contratos Locais de Desenvolvimento Social (CLDS), que visam promover a inclusão social dos cidadãos, de forma multisectorial e integrada, através de acções a executar em parceria nos domínios do emprego, formação e qualificação, intervenção familiar e parental, capacitação da comunidade e das instituições, informação e acessibilidade, privilegiando territórios identificados como mais vulneráveis.

 

Segundo o recente relatório, no ano passado, as Comissões de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) sinalizaram quase 30 mil crianças em risco. Como interpreta este facto e quais as medidas que podem ser adoptadas para combater este flagelo?

 

As CPCJ não sinalizam situações de perigo, intervêm em situações de perigo. Flagelo seria não intervir em situações de perigo! São as entidades que existem na comunidade, as autoridades judiciárias e os cidadãos que sinalizam situações de perigo às CPCJ. Cabe a estas confirmar a existência dessas situações e aplicar uma medida ou infirmá-las e arquivar o processo. Do total de medidas aplicadas pelas CPCJ em 2009, 90,7 por cento corresponderam a Medidas em Meio natural de Vida, destacando-se 76,6 por cento destas em Apoio junto dos Pais. Com o objectivo de promover o exercício de uma parentalidade mais responsável e positiva, têm sido desenvolvidas acções de formação em educação parental, destinadas a famílias com crianças em perigo, que resultam de um rigoroso processo de definição de conteúdos e metodologias de intervenção e de avaliação, feito em conjunto com cinco Universidades portuguesas.

 

No final do ano passado, no âmbito da Conferência Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, declarou que em Portugal, a evolução e salvaguarda dos Direitos das Pessoas com Deficiências e Incapacidade, se enquadra positivamente nas grandes orientações e princípios de política, quer do Programa do XVIIII Governo Constitucional, quer no ordenamento jurídico e nas práticas institucionais. Assim sendo, realce os principais aspectos do trabalho desenvolvido pelo Estado neste campo.

 

Após a adopção do primeiro Plano de Acção para a Integração das Pessoas com Deficiência ou Incapacidade (PAIPDI), que vigorou em 2006-2009 e a entrada em vigor da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, está a ser ultimada uma segunda etapa de definição estratégica das políticas para a deficiência, baseada numa consulta à Sociedade Civil e às instituições públicas. O PAIPDI originou, pela primeira vez na história das políticas públicas para a deficiência, um forte compromisso de participação intersectorial ou interministerial.

 

Uma área em que registámos avanços significativos foi a dinamização de políticas locais de inclusão para as pessoas com deficiência, através da criação de serviços de informação e mediação para pessoas com deficiência em 30 autarquias. Os novos planos municipais de acessibilidade financiados pelo POPH/QREN têm-se também revelado importantes instrumentos de desenvolvimento local integrado de qualificação dos espaços públicos.

 

Dentro deste âmbito, criámos o Programa RAMPA – o Regime de Apoio aos Municípios para a Acessibilidade, para dar continuidade a esta tipologia de intervenção.

 

Realço ainda medidas como a construção de novos equipamentos sociais ou, entre outras,.a formação de agentes autárquicos e de entidades estratégicas na defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência. Tendo em conta a importância do acesso universal de todos os cidadãos a todos os bens e serviços existentes nas comunidades, continuamos a reforçar a mensagem que a acessibilidade é uma questão de Direitos Humanos e por isso mesmo considero fundamental que haja por parte dos diferentes agentes uma capacidade de planeamento que permita intervir na medida das prioridades definidas e das diferentes disponibilidades, nomeadamente as orçamentais para universalizar esse mesmo acesso.

 

No âmbito do Programa Operacional Potencial Humano (POPH), prevê-se a criação de novos equipamentos sociais a par de mais postos de trabalho. Sendo este um importante passo em frente na acção social, importa ainda referir qual será a evolução do trabalho do Governo no campo da solidariedade social.

 

O POPH, tem uma dotação pública de 152,7 milhões de euros, dando origem a 392 respostas sociais que abrangerão 9.578 utentes e criarão 4.424 postos de trabalho directosO PARES, aliado ao POPH, vem permitir um aumento significativo, e sem paralelo, das respostas sociais.

 

Se por exemplo avaliarmos os equipamentos para as Pessoas com Deficiência, teremos após a conclusão de todas as respostas aprovadas através do PARES e do POPH, terminadas as obras em curso, um grande impacto na sua qualidade de vida e das suas famílias.

 

Definimos no início da anterior legislatura, para as respostas ocupacionais, um aumento de 10 por cento no número de vagas. Com o PARES e o POPH o aumento real será de 33 por cento.

 

Definimos no início da anterior legislatura, para as respostas residenciais, um aumento de 15 por cento no número de vagas. Com o PARES e o POPH chegará aos 89 por cento.

 

Definimos no início da anterior legislatura, para as respostas de apoio domiciliário, um aumento de 30 por cento no número de vagas. Com o PARES e o POPH irá atingir mais 154 por cento. Apesar das dificuldades criadas pela presente conjuntura económica, Portugal possui medidas de política para fazer face ao presente contexto, sendo o Rendimento Social de Inserção uma das mais importantes, como vem sublinhando a Comissão Europeia, sem prejuízo de necessitarmos de inovar e aprofundar algumas medidas

 

.Gostaria por último de salientar que todos os países enfrentam um problema estrutural, decorrente do envelhecimento populacional, do qual decorre a necessidade de tomar medidas de fundo para garantir o futuro dos seus sistemas de protecção social. Na Europa, Portugal foi um dos países que reagiu de forma mais rápida e corajosa em domínios como a convergência do regime da função pública em relação ao regime geral da segurança social, a idade da reforma e a fórmula para o cálculo das pensões, sendo estas reformas concertadas com os parceiros sociais.

 

É indispensável para o nosso futuro que este processo de reforma continue a ser consolidado e que continuemos a trabalhar para que Portugal não prive as famílias da acção de um Estado socialmente responsável e solidário.

 

Publicado na Revista – País Positivo

 

 

As Misericórdias e a Saúde

As Misericórdias nasceram no seio das comunidades onde estão inseridas e tiveram a sua motivação nas dificuldades do segmento mais carenciado da sua população.


Os irmãos que lhes dão vida estão ligados às comunidades por nascimento, pela residência, pela actividade profissional ou por qualquer outra afinidade que fazem despertar neles sentimentos de solidariedade e de coesão com elas no seu conjunto. É nestes alicerces firmes que assentam as Misericórdias, e neles se encontra a explicação da sua longevidade aos princípios orientadores que inspiraram os seus fundadores – as Obras de Misericórdia.


Foi precisamente a Obra de Misericórdia que manda << Curar os enfermos >> a que deu mais visibilidade às Misericórdias. Durante séculos e até há bem poucos anos a assistência a doentes necessitados esteve inteiramente a cargo destas Instituições, sem qualquer apoio do Estado e contando apenas com o espírito de caridade de benfeitores. Daí a forte tradição hospitalar das Misericórdias de todo o país. Em cada terra onde se fundou uma Misericórdia, e quase não há vila ou cidade portuguesa onde isso não tenha acontecido, há um hospital que a ela pertence. Veja-se o caso de Vila do Conde e, se quisermos um exemplo melhor que nos convença, atentemos ao Hospital de Santo António, no Porto, que pertence à Misericórdia dessa cidade, pois foi por ela mandado construir. Essa longa tradição na área da saúde deu às Misericórdias vocação e experiência que devem ser aproveitadas para complementar o Serviço Nacional de Saúde. E apresentam-se hoje condições favoráveis a que isso aconteça, não para a sustentação das Misericórdias, como veremos pelo que a seguir se vai dizer.


O Estado vai sentindo a necessidade de concentração de certos, serviços de saúde muito especializados e de custos muito elevados. Com a concentração desses serviços outros são naturalmente afastados das populações. Enquanto se torna aconselhável a concentração desses serviços, outros há que devem ser desconcentrados para evitar o incómodo e a despesa das deslocações dos doentes e a sobrecarga dos hospitais centrais. É o caso dos exames de diagnóstico, das análises clínicas, dos serviços de enfermagem, etc. Aqui está um espaço que as Misericórdias poderão ocupar, complementando o Serviço Nacional de Saúde, oferecendo a comodidade e o baixo custo da proximidade.


A proximidade não é apenas encurtamento de espaço físico: proporciona também o contacto com pessoas conhecidas e com ambientes de trabalho menos burocratizados por serem de menores dimensões. O doente sente-se mais seguro por haver sempre alguém que conhece, dentro dos serviços ou mesmo na sala de espera, e por ter mais probabilidade de serem ouvidas as suas reclamações no caso de julgar não ser bem atendido. São vantagens psicológicas que confortam os enfermos fragilizados pelas doenças que os atormentam.


Há um outro aspecto não menos justificativo da aposta das Misericórdias na área da Saúde.
Após a estatização do Serviço de Saúde, as Misericórdias ficaram praticamente sem actividade e investiram na área social. As pessoas acolhidas nos centros (idosos, dependentes, deficientes, utentes em recuperação) são as que mais precisam dos serviços de Saúde. Imagine-se a incomodidade que será para as famílias e os utentes desses centros, quando estes precisam de se deslocar aos serviços hospitalares distantes, sujeitos ainda a demoras de atendimento muito grandes. Esta complementaridade de serviços sociais e de saúde aconselha também o investimento das Misericórdias na área da Saúde.
As Misericórdias, mais que qualquer serviço de saúde do Estado, poderão moldar o seu horário de funcionamento às conveniências das famílias. Os serviços de saúde da Misericórdia de Vila do Conde, aos sábados, estão abertos ao público e, aos domingos, funcionam os serviços de atendimento permanente, radiografia, mamografia, densitometria, tac e ressonância magnética. As pessoas começaram a manifestar-se e a Misericórdia foi ao encontro das suas conveniências. Nos serviços do Estado não existe essa flexibilidade.


Finalmente, as Misericórdias poderão desempenhar um papel importante na contenção dos custos da saúde porque não têm fins lucrativos. Além de que os saldos de gestão positivos são reinvestidos na saúde ou, em alternativa, na área social da comunidade. Poderão, assim, ser um elemento de moderação de custos, se colocado entre o serviço público do Estado com grande dificuldade de controlo, e o serviço privado que visa o lucro.

 

Artigo de opinião por:

Arlindo Maia, Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde

Publicado na Revista – País Positivo

Misericórdia de Torres Vedras assinalou 490 anos de existência , Notícia no Jornal Badaladas de 6 de julho

 

No passado dia 26 de Julho a Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras assinalou o seu 490º aniversário.

Antes da hora indicada no programa (17 horas), houve bolo de aniversário em cada uma das respostas sociais - Lar de Idosos, Creche e Centro de Dia, com a participação dos utentes, responsáveis e funcionários dessas valências, para além da
presença do provedor que se fez acompanhar por outro mesário.

Cerca das 17 horas, na nave da igreja da Misericórdia começaram a ouvir-se os acórdãos de órgão executados pelo maestro Peixoto.

Alguns minutos após chegou um grupo de crianças da creche da instituição e, acompanhadas pelas suas educadoras, cumpriram com aprumo generalizado diversas orações (algumas delas cantadas).

Depois desse enternecedor momento proporcionado pelos mais pequeninos, a excelente acústica da igreja voltou a ser testada através dos sopros do seu órgão de tubos.

 

A segunda parte do programa foi presenciada por uma multidão que encheu o templo para participar na celebração da santa Missa pelo padre Vítor Melícias, coadjuvado pelo diácono Joaquim Cruz.

O cadeiral da igreja, repleto de irmãos dos órgãos sociais da Santa Casa cobertos pelas suas opas, transmitiu um ar solene à celebração.

Celebração eucarística vivida com intensidade por todos quantos puderam apreciar o excelente coro magistralmente dirigido pelo maestro Peixoto, que soube aproveitar os acordes musicais produzidos pelo centenário órgão de tubos, na circunstância, superiormente executados pelo mestre organista Daniel Oliveira.

Com a sua peculiar forma de estar, o padre Vítor Melícias soube, mais uma vez, cativar a assembleia e, com simpatia, aproveitou a homilia, para estabelecer relação entre as leituras e a circunstância de se viver o dia de Santa Ana e São Joaquim, em simultâneo com o facto de estarmos a 10 anos dos 500 anos desta Misericórdia.

Mais uma vez, pudemos ouvir de quem sabe, o também irmão Vítor Melícias, em que é que consistem as obras de misericórdia e o quanto o nosso país lhes deve (e não só Portugal, já que fomos espalhando outras por quatro continentes).

Finda a celebração, o padre Vítor Melícias deu a palavra ao provedor Vasco Fernandes e a Luís António Rodrigues (presidente da assembleia-geral da Misericórdia), tendo o irmão provedor feito um historial das principais realizações e referido a recente partida do irmão mesário Armando Inácio e, antes de passar a palavra ao presidente da assembleia, pediu uma salva de palmas para o padre Vítor Melícias que na véspera havia completado 72 anos.

Nesse momento, Luís Rodrigues agradeceu a inspirada homilia proferida pelo celebrante por ocasião deste 490º aniversário e pediu uma salva de palmas para a Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras.

O dia culminou com um lanche de convívio entre celebrantes, músicos e demais elementos do coro de São Gonçalo com irmãos dos órgãos sociais, que se fizeram acompanhar dos respectivos cônjuges.

Vítor Santos

 

 

Comunicado do Conselho de Ministros de 5 de Agosto de 2010

 

Resolução do Conselho de Ministros que institui em Portugal o Ano Europeu das Actividades de Voluntariado que Promovam uma Cidadania Activa


Esta Resolução institui, em Portugal, o Ano Europeu das Actividades de Voluntariado que Promovam uma Cidadania Activa-2011 (AEV-2011) e determina, também, as entidades envolvidas na preparação e execução das iniciativas que irão decorrer em território nacional.

 

O Ano Europeu das Actividades de Voluntariado que Promovam uma Cidadania Activa representa uma oportunidade para demonstrar que, no contexto europeu, as actividades de voluntariado reforçam a participação cívica e podem também ajudar a desenvolver um sentimento de pertença e o empenhamento de cidadãs e cidadãos em relação à sociedade em que estão inseridos a todos os níveis: local, regional, nacional e europeu.

 

O diploma atribui ao Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado a responsabilidade pela coordenação e acompanhamento do programa nacional do AEV-2011 e confere ao membro do Governo responsável pelas áreas do trabalho e da solidariedade social a competência para designar uma personalidade de reconhecido mérito para presidir ao AEV-2011 e representar Portugal no Comité Consultivo para o Ano Europeu.

 

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