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O Blog da Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras

As últimas notícias sobre o Lar de Nossa Senhora da Misericórdia, Clínica Domus Misericordiae, ERPI, Creche, Jardim de Infância, CATL, Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário

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SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE TORRES VEDRAS RUMO AOS 500 ANOS DE EXISTÊNCIA

Hoje, quando comemoramos 490 anos depois do Alvará Régio com que o Rei D.Manuel I autorizou a criação da Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras, não resisti sem marcar esta efeméride com algumas reflexões.

 

Em 1520, nesse dia 26 de Julho, El-Rei D. Manuel I (não obstante o justificadocognome de “O Venturoso”) dificilmente poderia antecipar que esta nossa instituição– por Si apadrinhada – viria a resistir vários séculos, sempre a servir aqueles para asquais foi criada, a exemplo do aconteceu com as primeiras Misericórdias que, Suairmã, a Rainha D. Leonor, havia criado poucos anos antes.

 

Muito menos estaria nas cogitações reais que, no Século XXI, no ano de 2010, estadata corresponderia ao Dia Internacional dos Idosos e ao Dia Nacional dos Avós. Esta feliz coincidência de datas, realça a inspiração com que Sua Alteza Real escolheu o dia para esse Alvará com que marcou o início da Santa Casa da Misercórdia de Torres Vedras.

 

Tão longo registo será um dia objecto de publicação específica, comemorativa dos 500 anos da nossa Santa Casa, pelo que nesta reflexão, somente referirei algumas iniciativas culturais mais recentes assumidas pela Mesa Administrativa:

 

•A 4 de Janeiro de 2009 realizou-se o Acto de Tomada de Posse dos actuais Órgãos Sociais;

 

•Visita da Mesa Administrativa à Assembleia da República em 5 Maio de 2009;

 

•Dia 23 de Junho de 2009, nova presença na Assembleia da República, onde a Directora Pedagógica e a Psicóloga da Creche participaram em sessão de trabalho, conforme relato efectuado pelas próprias na edição da nossa revistade Dezembro desse ano;

 

•Em 6 de Dezembro de 2009 levámos a efeito um Concerto de Natal na nossa Igreja, proporcionado por Isabella Stabio (Saxofone Alto) e Luca Massaglia(Órgão de Tubos) – executantes de prestígio internacional;

 

•Recital de Órgão na Igreja da Misericórdia no dia 17 de Junho de 2010 por Daniel Oliveira, uma das maiores referências nacionais de órgão e cravo, com o prelúdio musical a anteceder uma exposição histórica sobre as Misericórdias Portuguesas, proferida pelo Senhor Dr. Ferreira da Silva – uma autoridade da cultura portuguesa com investigação nessa área;

 

•Dia 7 de Julho de 2010, momento musical por parte do Senhor Prof. AntoineSibertin- -Blanc a anteceder a prelecção proferida pelo Exm.º Senhor DomManuel Clemente – Bispo do Porto – que dissertou sobre a Misericórdia deTorres Vedras, antes do momento em que foi surpreendido com a atribuição do título de Irmão Honorário;

 

•Hoje, dia 26 de Julho de 2010, comemoração do 490.º Aniversário, de acordo com Programa anunciado na Comunicação Social.

 

V. Santos (vogal Mesa Administrativa)

D. MANUEL CLEMENTE – IRMÃO HONORÁRIO DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE TORRES VEDRAS

A comemoração dos 490 anos da Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras, viveu no passado dia 7 de Julho de 2010 mais uma iniciativa.

 

Muito antes da hora anunciada para início do programa, já a Igreja da Misericórdia estava repleta de gente.

 

Com a precisão de um relógio, o Prof. Antoine Sibertin-Blanc deu início ao seu Recital de Órgão de tubos, cativando assim a atenção de todos os presentes que, com um apreciador silêncio, haveriam de acompanhar a mestria com que este musicólogo – especialista em Órgãos de Tubos dos séculos XVI e seguintes e desde há longos anos radicado em Portugal – encantou a assembleia que se reuniu naquele 7 de Julho para receber um ilustre torriense.

 

O Provedor aproveitou a pausa criada, entre a execução do primeiro prelúdio e as restantes sonatas musicais, para referir o programa da noite, com dois momentos distintos, como, na altura referiu:

 

- “Momento Musical de Órgão de Tubos, a cargo do Senhor Prof. Sibertin-Blanc, aqui presente a convite do Irmão Armando Inácio, a quem competia aqui estar a referir-se a este seu convidado, e só não foi possível por esse nosso Irmão estar hospitalizado gravemente doente” (neste momento viveu-se a primeira emoção da noite);

 

- “Seguir-se-á uma Palestra sobre as Misericórdias Portuguesas, para a qual convidámos Sua Excelência Reverendíssima, o Senhor Dom Manuel Clemente, ilustre torriense, , e agradeço-vos que, após a exposição do Senhor Bispo, permaneçam na Igreja para assistir a um pequeno (mas significativo) momento que se seguirá”.


Várias individualidades estiveram presentes, como o Senhor Presidente da Câmara de Torres Vedras, alguns vereadores, Representantes da Paróquia, Provedores de outras Misericórdias, órgãos de comunicação social, ilustres cidadãos, população em geral e, naturalmente, a presença maciça dos elementos que compõem os órgãos sociais da Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras, com a referida excepção justificada pelas palavras do nosso Provedor Vasco Fernandes.

 

O Senhor D. Manuel Clemente foi convidado pelo Presidente da Mesa da Assembleia Geral para tomar parte da mesa e dar início à sua palestra.

 

Com referências à fundação da nacionalidade, aos movimentos que na época justificavam obras sociais e uma justa e merecedora maior atenção à Rainha D. Leonor – fundadora das Misericórdias – e ao seu irmão, Rei D. Manuel I – criador de muitas das primeiras Misericórdias Portuguesas, entre as quais esta de Torres Vedras, o Senhor Dom Manuel Clemente foi transmitindo os seus vastos conhecimentos da matéria a todos os presentes, sempre com a preocupação de estabelecer ligações e referências à Misericórdia de Torres Vedras e, com um discurso simultaneamente simples e erudito, só ao alcance de quem, como o ilustre académico, consegue falar, praticamente sem recurso a texto (ou notas), mas com a mesma clareza de quem está com teleponto, literalmente dispensado neste caso em que a sabedoria é tamanha.

 

Oh, como gostaria de saber transmitir tudo quanto ouvi de tão doutas palavras, mas este escriba não tem essa capacidade, pelo que me limitarei a referir a entoação como sua Excelência Reverendíssima referiu à assembleia que as Misericórdias são obras laicas, complementares da Igreja e do Estado, então como agora, com essa complementaridade justificada pelas carências sociais que a todos cumpre ajudar a suprir.

 

O momento de maior emoção foi sem dúvida aquele em que o Dr. Luís António da Costa Lopes Rodrigues – Presidente da Assembleia Geral – anunciou a decisão da Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras de agraciar, pela primeira vez na sua longa história, com o título de Irmão Honorário, o Senhor Dom Manuel José Macário do Nascimento Clemente, Ilustre Torriense e Bispo do Porto, pelo que os aplausos se misturaram com fortes sentimentos por parte de todos os presentes, quando o Provedor entregou o título emoldurado ao homenageado que não conteve a sua emoção.

 

V. Santos (vogal Mesa Administrativa)

 

 

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE TORRES VEDRAS VISITA A ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

No dia 5 de Maio de 2009, a convite da Comissão de Trabalho, Segurança Social e Administração Pública e da Comissão de Ética, Sociedade e Cultura, ambas da Assembleia da República, a Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras fez-se representar, no “Colóquio Envelhecimento e Cidadania Activa”, através dos seguintes irmãos da Mesa Administrativa:Vasco Fernandes (Provedor), Fernando Ramos (Vice Provedor), Carlos Reis, Vítor Antunes e Victor Santos.

 

Com a comodidade que a viatura pessoal do Provedor proporciona e a segurança de quem conduz (e domina qualquer máquina), ou não fosse o circunstancial motorista – irmão CarlosReis – ele próprio, licenciado em Engenharia de Máquinas, lá chegámos ao Palácio das Cortes Reais, vulgarmente conhecido por Assembleia da República, onde nos dirigimos à Sala do Senado.

 

Ainda chegámos a tempo de presenciarmos a abertura da sessão, com intervenção do Vice-Presidente da Assembleia, Senhor Dr. Guilherme Silva, a que se seguiram intervenções dos Vice-Presidentes de cada uma das Comissões parlamentares enunciadas no início deste texto.Assistimos com igual e merecido interesse, às apresentações e períodos de debate de cada um dos 4 painéis apresentados, a saber:

 

•Idade de reforma, pensões e subsídios solidários;
•Participação no mercado de trabalho;
•Aprender ao longo da vida;
•Desafios à participação.

 

O primeiro painel foi moderado pelo Deputado Jorge Machado que teve como companhiada mesa e palestrantes: o Sr. Manuel Ferreira Jerónimo (Secretário-Geral do Movimento Democrático de Reformados e Pensionistas), o Dr. Casimiro Menezes (Presidente da Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos) e a D. Maria de Fátima Canavezes Alves (Coordenadora da Inter-Reformados).

 

O Senhor Provedor deu indicações para que os irmãos Carlos Reis e Victor Santos se inscrevessem para o debate, como estratégia para que a nossa Misericórdia deixasse o seu testemunho.

 

Falhas organizativas, ocorridas durante o primeiro tema, impediram que alguns dos inscritos para debate pudessem usar da palavra. Por esse motivo, o irmão Carlos Reis não interveio, malgrado a sua prévia inscrição.

 

Perdeu o hemiciclo, seguramente, uma oportunidade de se enriquecer, considerando aexperiência, cultura, dotes oratórios e conhecimento social que esse elemento da Mesa Administrativa da nossa Santa Casa possui.

 

Livrou-se, estou em crer, de ouvir uma incisiva crítica de quem tão bem sabe pôr o dedo na ferida, para que outros, querendo (e sabendo), a possam curar.

 

O intervalo para café permitiu, para além de descanso, convívio com outros presentes.

 

Retomámos ao hemiciclo para participarmos no segundo tema, moderado pelo Deputado Pedro Mota Soares, ladeado na mesa pelos Drs. Paula Guimarães (Gabinete deresponsabilidade social do Montepio) e Luís Barbosa (Presidente da Cruz VermelhaPortuguesa).

 

No período de debate que se seguiu, O Sr. Manuel Ferreira Jerónimo, já acomodado no hemiciclo, tal como cada um de nós, inscreveu-se para falar e aproveitou para recordar os tempos de escola, baseando-se na conversa que havia mantido, minutos antes, com o seu condiscípulo e nosso irmão Vítor Antunes.

 

Desta vez, a nossa inscrição para participação no debate não sofreu qualquer “censura” ou impedimento e, quando a mesa chamou Victor Neves dos Santos da Misericórdia de Torres Vedras a depor, este proferiu as seguintes palavras de improviso:

 

O meu obrigado pela oportunidade de intervir e, se me permitem a audácia, irei deixar uma mensagem de esperança, baseada em duas citações.Este atrevimento não é justificado por quem ainda está na puberdade da experiência devida, se comparado com o Manual de Sabedoria que constitui cada um dos presentes nesta assembleia, mas sim, pela vetusta idade e experiência da instituição que co-represento, já com 489 anos de existência.A primeira citação que destino àqueles a quem se designou chamar de idosos, é de alguém que não se encontra presente e a proferiu há várias décadas:Disse Andrei Tupolev: “A Terra é o berço da humanidade, mas ninguém vive eternamente num berço”.

Foi assim que o pai da astronáutica russa pretendeu justificar a conquista espacial.

Aos idosos, peço que qualquer que seja a página do calendário, lembrem-se sempre de que avida não acaba no “berço”.

A segunda citação (de outro idoso também ausente) foi proferida há milhares de anos e dedico-a aos parlamentares desta assembleia.Disse Virgílio: “Labor omnia vincit improbus” – um trabalho incessante vence todas as dificuldades – pelo que, Senhores Deputados das Comissões Parlamentares, continuem atrabalhar e muito, por boas causas como esta, que os resultados irão aparecer.

 

Aparentemente, a assembleia valorizou esta nossa intervenção, através de aplausos (dos mais calorosos que se viveram nesse dia na Sala do Senado).

 

O almoço decorreu num dos restaurantes do edifício, no self service destinado a público em geral.
Aproveitámos esse período para visitar os jardins do parlamento e darmos uma espreitadela aos confinantes, que servem o palácio próximo do Chefe do Governo.
Após a observação de várias peças expostas e de pequena visita à Sala do Plenário (hemiciclo recentemente remodelado onde os representantes do povo dirimem argumentos), voltámos à Sala do Senado para acompanharmos os outros debates.

 

O colóquio continuou com a Deputada Ana Couto a moderar o terceiro tema e apresentaçõesda Professora Dra. Esmeraldina Veloso (Professora da Universidade do Minho) e Dra. Lisabela Jacob (Coordenadora da Tertúlia do Marquês), a que se seguiu o habitual período de debate.

 

Após pausa para café, ainda assistimos às intervenções do último tema, com mesa presidida por Deputado Adão e Silva que moderou as participações da Dra. Manuela Filipe (Presidente da Delegação da Costa do Estoril da Cruz Vermelha) e do Comendador Carlos Pinto Coelho.

 

Face ao adiantado da hora, já não assistimos ao debate subsequente, nem, logicamente, à sessão de encerramento, dirigida pela Deputada Maria do Rosário Carneiro.

 

Como conclusão, diremos que foi muito positivo o facto de termos podido assistir e participarem Colóquio subordinado a destinatários que nos são caros, como são aqueles que estão a envelhecer e a quem dedicamos a nossa melhor atenção.

 

Mais importante que classificá-los de idosos, seniores, terceira idade ou idade maior (ou maiores) como inspiradamente alguns lhe chamam no país vizinho, para além de poderem envelhecer em casa ou num lar ou residência, de serem mais ou menos activos, com pensões mais ou menos confortáveis, de poderem ensinar ou aprender, o que verdadeiramente importa, é que sobre Eles nos debrucemos.

 

O regresso voltou a ser confortável e seguro até Torres Vedras.

 

V. A. H. Neves dos Santos (vogal Mesa Administrativa)