As últimas notícias sobre o Lar de Nossa Senhora da Misericórdia, Clínica Domus Misericordiae, ERPI, Creche, Jardim de Infância, CATL, Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário
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A Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras, convida os Irmãos, Utentes e seus familiares e a população torreense a assistir às comemorações do aniversário da Instituição, que se realizam na nossa Igreja (Misericórdia) no dia do aniversário (26/07/2010).
17,00 Horas
Oração pelas crianças
Intróito de órgão
19,15 Horas
Santa Missa pelos Irmãos defuntos celebrada pelo Sr. Padre Dr. Vítor Melicias
Coro de S. Gonçalo dirigido pelo Maestro Sr. Peixoto
1 – Após a sua fundação a 15 de Agosto de 1948, a sua rápida e generosa expansão por todo o território continental;
2 – Com as viagens náuticas dos descobrimentos e constituídas a partir de 1500, a sua vasta divulgação por todas as bandas do mundo por onde os portugueses se espalharam e onde foram evangelizadores;
3 –Em 1755, com o terramoto muitas Casas da Misericórdia foram abalroadas, e destruídos pelo incêndio muitos arquivos, incluindo a de Lisboa, desaparecendo mesmo uma bula pontifícia.
4 – Em 1811, com a limpeza do invasor napoleónico da península que depauperou o povo português e que pilhou e delapidou o tesouro e o património de muitas Misericórdias optou-se por uma reimplantação estimulante das Santas Casas, como única instituição de mais condizente urgência e validade.
5 – Em 1834, som o domínio do liberalismo laico e laicizante, com a estatização da Misericórdia de Lisboa, com o estrangulamento oficial da sua irmandade, e com manifestos e muito gravosos reflexos, os mais negativos, no conjunto geral das Santas Casas.
6 – Em 1910, com o advento da 1ª República e o seu cariz anticlerical e laicizante, sofre-se uma acentuada “paisanização” das Misericórdias, alterando-se mesmo a linguagem tradicional de caridade para dar lugar a Filantropia, sofrendo-se ainda da intromissão de forças políticas na disputa pelas Mesas das Misericórdias.
7 – Desfalcadas do seu património, sobretudo a partir das chamadas leis de desamortização de 1881/86, cujos reflexos ainda então se sentiam, as Misericórdias promovem o 1.º Congresso em 1924, em que se denunciam as gravíssimas dificuldades por que passavam.
8 – 1929, 2.º Congresso, sublinhando o estado de profunda carência e dificuldades económicas das Misericórdias, vincula profundamente a ideia de uma retoma na sua orientação beneficente e caritativa, segundo os princípios doutrinários da sua criação.
9 – Em 1932, o III Congresso pugna por uma mais definida autonomia das Misericórdias em relação ao Estado e sua dependência financeira, optando-se por uma maior vinculação à caridade particular criando-se a partir de então a tradição dos cortejos de oferendas, que o povo organizou e animou como uma autêntica “festa de dar” foi sua iniciadora D. Silvia Cardoso.
10 – 1945 – por iniciativa de Oliveira Salazar, esteve iminente um decreto ameaçador da unidade das Misericórdias, sendo o que se ficaria a designar por Santa Casa (culto religioso) e Misericórdia (hospitais), ficando estes mais sob administração do Estado. Evitou a publicação desse decreto o Cardeal Cerejeira, em carta de 22 de Agosto de 1945.
11 – Correndo o V centenário da Rainha D. Leonor o IV Congresso foi uma retoma dos caminhos históricos das Santas Casas, sua vocação, missão e expansão.
12 – Com a revolução de Abril de 1974, sofreram as Misericórdias novo embate com a nacionalização dos seus hospitais, ficando depauperadas de uma das suas valências mais históricas e tradicionais, correndo-se mesmo o risco de as Santas Casas serem extintas por um simples despacho do secretario de estado da Segurança Social.
13 – Em 24 de Março de 1975, realiza-se por iniciativa da Santa Casa de Viseu, sendo Provedor o Pe. Dr. Virgílio Lopes, uma reunião de alguns provedores, para análise da situação tomada de providências em relação ao futuro.
14 – Em assembleia geral do Episcopado, a Conferência Episcopal, num documento de 30 de Abril de 1976, criticou e lamentou toda a situação, condenando as disposições legislativas tomadas “sem o menor” entendimento com a Igreja.
15 – Surgindo o V Congresso em Viseu, em Novembro de 1976, e analisada com frontalidade a gravosa situação das Santas Casas, foi criada a União das Misericórdias Portuguesas, a qual, desde então tem sido o mais forte, inteligente, e solicito interlocutor com os governos e parceiros sociais, a partir de então, registando-se não só uma retoma de confiança das muitas Misericórdias até então mais fortemente penalizadas pelos acontecimentos, assim como a criação de novas unidades das Santas Casas, não só no território nacional, como também entre Comunidades Portuguesas no estrangeiro, e apoio a uma recuperação de Misericórdias nos territórios do antigo ultramar Português.
16 – Finalmente, estabelecidos contactos com Misericórdias de outros países e latitudes e tradições, sobretudo Brasil, Espanha e Itália, foram-se criando federações internacionais com congressos e convenções, culminando todo este generoso processo com o jubilar e jubiloso encontro mundial das Misericórdias com o Papa João Paulo II, no convénio de Florença na celebração dos 750 anos da 1ª Irmandade a de S. Pedro Mártir, onde as Misericórdias receberam a histórica consigna pontifícia como programa a definir as Santas Casas no limiar do ano 2000 como “um exército pacífico de fautores da civilização do Amor e promotores da Cultura da caridade”.
Por Manuel Ferreira da Silva, historiador, fundador do jornal Voz das Misericórdias e autor de diversos livros sobre as Santas Casas.