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O Blog da Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras

As últimas notícias sobre o Lar de Nossa Senhora da Misericórdia, Clínica Domus Misericordiae, ERPI, Creche, Jardim de Infância, CATL, Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário

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Dom Manuel Clemente disserta sobre o papel das Misericórdias

 

 

 

Em "Foco"   na  edição do Badaladas de 16 de Julho a Conferência de D. Manuel Clemente na Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras no passado dia 7 de Julho:

 

 

O bispo do Porto, o torriense Dom Manuel Clemente, foi o orador convidado da Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras para, na noite do passado dia 7, dissertar sobre o tema “As Misericórdias e o seu papel na sociedade portuguesa”.

Por conseguinte e dada a categoria do prelector, a igreja daquela instituição encheu por completo de público para o ouvir atentamente, depois de escutar um momento musical introdutório a cargo do professor Antoine Sibertin--Blanc ao órgão.

Dom Manuel desenvolveu a sua intervenção em quatro momentos distintos, designadamente: a criação das Santas Casas em Portugal, desde a primeira em Lisboa no ano de 1498 e depois em Torres Vedras em 1520 (a 26 de Julho); o seu espírito de serviço à sociedade; o enquadramento histórico-pastoral dessas instituições; e, por fim, uma reflexão acerca da sua realidade actual.

“As Santas Casas são umas instituições belíssimas do nosso país”, considerou o prelado no começo da sua alocução, sublinhando o facto de a elas estar associado desde sempre um grupo de “homens e de mulheres de boa-vontade” com a finalidade da prática das obras de caridade.

Objectivo esse que foi ainda acentuado quando decalcou as sete obras de misericórdia, quer corporais quer espirituais, em que se fundamentam e baseiam as Santas Casas e que têm na sua génese as virtudes cristãs do Evangelho de Jesus Cristo.

São elas (corporais): dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, vestir os nus, visitar os doentes, visitar os presos, acolher os peregrinos e enterrar os mortos. E as (espirituais): dar bom conselho, corrigir os que erram, ensinar os ignorantes, suportar com paciência as fraquezas do próximo, consolar os aflitos, perdoar os que nos ofenderam e rezar pelos vivos e pelos mortos.

Esse espírito de boas-vontades não se confinaria todavia ao território do reino e expandiu-se alargando-se a outras fronteiras, onde quer que existissem portugueses. O que é ainda hoje uma realidade palpável e assistencial do pensamento social cristão, passados que estão mais de 500 anos sobre a sua criação.

O torriense bispo do Porto resumiu assim em quatro grandes princípios o cariz fundamental dessas instituições de solidariedade social: a defesa da dignidade da pessoa-humana; o trabalho pelo bem comum; a prossecução do princípio da subsidariedade e, finalmente, a prática da solidariedade.

Terminada a sua intervenção no mesmo local em que foi fundada a Misericórdia de Torres Vedras, outrora conhecida como igreja do Espírito Santo ou do Santo Espírito e mais tarde hospital com o mesmo nome, Dom Manuel Clemente foi, pela primeira vez na história da instituição, agraciado com a distinção de “irmão honorário” da Santa Casa torriense.

 

 

Autor: Fernando Miguel

http://www.badaladas.pt