As últimas notícias sobre o Lar de Nossa Senhora da Misericórdia, Clínica Domus Misericordiae, ERPI, Creche, Jardim de Infância, CATL, Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário
As últimas notícias sobre o Lar de Nossa Senhora da Misericórdia, Clínica Domus Misericordiae, ERPI, Creche, Jardim de Infância, CATL, Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário
Dinheiro público reservado para as IPSS cresce 7% este ano, para 1,3 mil milhões de euros. Mas este valor implica uma queda no apoio per capita, já que 2010 é de crise social.
As entidades de apoio social que operam no país, vulgo IPSS - ou instituições particulares de solidariedade social, como creches, lares, centros de dia, centros de apoio a deficientes -, devem receber do Estado português quase 1,3 mil milhões de euros este ano, de acordo com números do governo. Este valor traduz-se num reforço significativo (7%) face a 2009, mas é insuficiente para responder à crise e à escalada das situações de miséria, alertam responsáveis do sector e deixam perceber as estatísticas disponíveis.
Dada a violência da crise, que deverá fazer aumentar os números da pobreza e da exclusão social, como já escreveu o i, é também de esperar uma explosão do número de utentes. Em 2009, as IPSS responderam ao apelo de 600 mil pessoas, mais 50 mil que em 2008. Para este ano, dizem fontes deste sector, o número de utentes chegará facilmente aos 650 mil.
Se assim for, o reforço do bolo previsto no Orçamento do Estado para 2010 deverá ficar aquém das necessidades, traduzindo-se numa queda no valor médio do apoio por pessoa pelo terceiro ano consecutivo em 2010 (ver gráfico). Esse apoio médio por utente atingiu um pico em 2007, um ano após o lançamento do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES), cerca de 182 euros por pessoa. Desde então, e apesar do crescimento paulatino no número de necessitados, que o valor do apoio médio per capita está a cair.
Estado e IPSS têm cumprido o protocolo dos acordos de cooperação, actualizando a comparticipação por resposta social - valor da ajuda pública por criança em creche, idoso em lar, deficiente a receber apoio etc. - com base na inflação do ano anterior. No entanto, as instituições temem pela situação deste ano: é que a inflação de 2009 foi negativa (-1,8%), o que daria um corte nas comparticipações. Oi sabe que em cima da mesa das negociações está uma proposta do governo que aponta para um congelamento dos valores ou para uma actualização minimal. Em todo o caso, uma excepção ao protocolo.
Este cenário não agrada às IPSS. Muitos responsáveis queixam-se de risco de estrangulamento financeiro por causa do aumento do salário mínimo - que agrava as despesas com pessoal - e do custo dos fornecimentos, como explicou ao i, o padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS). O risco implícito nesta situação é que, muito embora o bolo que o governo reserva para apoiar o sector social cresça 7%, as instituições poderão ter menos capacidade para responder aos pedidos de ajuda/apoio, deixando de fora pessoas necessitadas.
Lino Maia, que lidera a maior rede nacional de IPSS, espera "uma actualização mais reduzida, mas em alguns segmentos das nossas respostas terá de haver subidas maiores nas comparticipações". "É o caso dos apoios aos idosos mais dependentes, uma das áreas mais deficitárias, que durante muitos anos foi prejudicada nas actualizações", explica.
A CNIS representa quase 70% das instituições de solidariedade do país. Maia explica que "a conjuntura veio agravar as situações de pobreza e dependência total, por isso não faz sentido trabalhar num corte da comparticipação". A CNIS agrega entidades que, no total, prestam apoio a quase 30 mil crianças e 50 mil idosos.
Para Manuel Lemos, que preside à União das Misericórdias Portuguesas (UMP), as comparticipações têm de subir "pelo simples facto de este ano haver mais gente à procurar apoio; isso, aliás, está previsto porque muitas das respostas do sector social estão contratualizadas".
O governo continua a investir ao abrigo do PARES neste ano e no próximo e, portanto, está a criar condições para que o número de utentes aumente em ano de grande crise social, pautada por desemprego recorde e perda histórica do poder de compra das famílias. Pedro Marques, o secretário de Estado da Segurança Social, explicou que, desde 2006, o PARES aprovou "mais de 600 equipamentos sociais, com uma capacidade total de cerca de 38.500 lugares". O investimento implícito nestes últimos cinco anos rondou os 700 milhões e criou "13 mil empregos, quer durante a sua construção, quer após a sua entrada em funcionamento", disse.
Os representantes das instituições estiveram ontem reunidos com o governo para tentar avançar no acordo das comparticipações. Não ficou fechado. Fonte oficial do Ministério do Trabalho referiu apenas que "prossegue o processo negocial".
por Luís Reis Ribeiro, Publicado em 28 de Julho de 2010
Hoje, quando comemoramos 490 anos depois do Alvará Régio com que o Rei D.Manuel I autorizou a criação da Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras, não resisti sem marcar esta efeméride com algumas reflexões.
Em 1520, nesse dia 26 de Julho, El-Rei D. Manuel I (não obstante o justificadocognome de “O Venturoso”) dificilmente poderia antecipar que esta nossa instituição– por Si apadrinhada – viria a resistir vários séculos, sempre a servir aqueles para asquais foi criada, a exemplo do aconteceu com as primeiras Misericórdias que, Suairmã, a Rainha D. Leonor, havia criado poucos anos antes.
Muito menos estaria nas cogitações reais que, no Século XXI, no ano de 2010, estadata corresponderia ao Dia Internacional dos Idosos e ao Dia Nacional dos Avós. Esta feliz coincidência de datas, realça a inspiração com que Sua Alteza Real escolheu o dia para esse Alvará com que marcou o início da Santa Casa da Misercórdia de Torres Vedras.
Tão longo registo será um dia objecto de publicação específica, comemorativa dos 500 anos da nossa Santa Casa, pelo que nesta reflexão, somente referirei algumas iniciativas culturais mais recentes assumidas pela Mesa Administrativa:
•A 4 de Janeiro de 2009 realizou-se o Acto de Tomada de Posse dos actuais Órgãos Sociais;
•Visita da Mesa Administrativa à Assembleia da República em 5 Maio de 2009;
•Dia 23 de Junho de 2009, nova presença na Assembleia da República, onde a Directora Pedagógica e a Psicóloga da Creche participaram em sessão de trabalho, conforme relato efectuado pelas próprias na edição da nossa revistade Dezembro desse ano;
•Em 6 de Dezembro de 2009 levámos a efeito um Concerto de Natal na nossa Igreja, proporcionado por Isabella Stabio (Saxofone Alto) e Luca Massaglia(Órgão de Tubos) – executantes de prestígio internacional;
•Recital de Órgão na Igreja da Misericórdia no dia 17 de Junho de 2010 por Daniel Oliveira, uma das maiores referências nacionais de órgão e cravo, com o prelúdio musical a anteceder uma exposição histórica sobre as Misericórdias Portuguesas, proferida pelo Senhor Dr. Ferreira da Silva – uma autoridade da cultura portuguesa com investigação nessa área;
•Dia 7 de Julho de 2010, momento musical por parte do Senhor Prof. AntoineSibertin- -Blanc a anteceder a prelecção proferida pelo Exm.º Senhor DomManuel Clemente – Bispo do Porto – que dissertou sobre a Misericórdia deTorres Vedras, antes do momento em que foi surpreendido com a atribuição do título de Irmão Honorário;
•Hoje, dia 26 de Julho de 2010, comemoração do 490.º Aniversário, de acordo com Programa anunciado na Comunicação Social.
A comemoração dos 490 anos da Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras, viveu no passado dia 7 de Julho de 2010 mais uma iniciativa.
Muito antes da hora anunciada para início do programa, já a Igreja da Misericórdia estava repleta de gente.
Com a precisão de um relógio, o Prof. Antoine Sibertin-Blanc deu início ao seu Recital de Órgão de tubos, cativando assim a atenção de todos os presentes que, com um apreciador silêncio, haveriam de acompanhar a mestria com que este musicólogo – especialista em Órgãos de Tubos dos séculos XVI e seguintes e desde há longos anos radicado em Portugal – encantou a assembleia que se reuniu naquele 7 de Julho para receber um ilustre torriense.
O Provedor aproveitou a pausa criada, entre a execução do primeiro prelúdio e as restantes sonatas musicais, para referir o programa da noite, com dois momentos distintos, como, na altura referiu:
- “Momento Musical de Órgão de Tubos, a cargo do Senhor Prof. Sibertin-Blanc, aqui presente a convite do Irmão Armando Inácio, a quem competia aqui estar a referir-se a este seu convidado, e só não foi possível por esse nosso Irmão estar hospitalizado gravemente doente” (neste momento viveu-se a primeira emoção da noite);
- “Seguir-se-á uma Palestra sobre as Misericórdias Portuguesas, para a qual convidámos Sua Excelência Reverendíssima, o Senhor Dom Manuel Clemente, ilustre torriense, , e agradeço-vos que, após a exposição do Senhor Bispo, permaneçam na Igreja para assistir a um pequeno (mas significativo) momento que se seguirá”.
Várias individualidades estiveram presentes, como o Senhor Presidente da Câmara de Torres Vedras, alguns vereadores, Representantes da Paróquia, Provedores de outras Misericórdias, órgãos de comunicação social, ilustres cidadãos, população em geral e, naturalmente, a presença maciça dos elementos que compõem os órgãos sociais da Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras, com a referida excepção justificada pelas palavras do nosso Provedor Vasco Fernandes.
O Senhor D. Manuel Clemente foi convidado pelo Presidente da Mesa da Assembleia Geral para tomar parte da mesa e dar início à sua palestra.
Com referências à fundação da nacionalidade, aos movimentos que na época justificavam obras sociais e uma justa e merecedora maior atenção à Rainha D. Leonor – fundadora das Misericórdias – e ao seu irmão, Rei D. Manuel I – criador de muitas das primeiras Misericórdias Portuguesas, entre as quais esta de Torres Vedras, o Senhor Dom Manuel Clemente foi transmitindo os seus vastos conhecimentos da matéria a todos os presentes, sempre com a preocupação de estabelecer ligações e referências à Misericórdia de Torres Vedras e, com um discurso simultaneamente simples e erudito, só ao alcance de quem, como o ilustre académico, consegue falar, praticamente sem recurso a texto (ou notas), mas com a mesma clareza de quem está com teleponto, literalmente dispensado neste caso em que a sabedoria é tamanha.
Oh, como gostaria de saber transmitir tudo quanto ouvi de tão doutas palavras, mas este escriba não tem essa capacidade, pelo que me limitarei a referir a entoação como sua Excelência Reverendíssima referiu à assembleia que as Misericórdias são obras laicas, complementares da Igreja e do Estado, então como agora, com essa complementaridade justificada pelas carências sociais que a todos cumpre ajudar a suprir.
O momento de maior emoção foi sem dúvida aquele em que o Dr. Luís António da Costa Lopes Rodrigues – Presidente da Assembleia Geral – anunciou a decisão da Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras de agraciar, pela primeira vez na sua longa história, com o título de Irmão Honorário, o Senhor Dom Manuel José Macário do Nascimento Clemente, Ilustre Torriense e Bispo do Porto, pelo que os aplausos se misturaram com fortes sentimentos por parte de todos os presentes, quando o Provedor entregou o título emoldurado ao homenageado que não conteve a sua emoção.
No dia 5 de Maio de 2009, a convite da Comissão de Trabalho, Segurança Social e Administração Pública e da Comissão de Ética, Sociedade e Cultura, ambas da Assembleia da República, a Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras fez-se representar, no “Colóquio Envelhecimento e Cidadania Activa”, através dos seguintes irmãos da Mesa Administrativa:Vasco Fernandes (Provedor), Fernando Ramos (Vice Provedor), Carlos Reis, Vítor Antunes e Victor Santos.
Com a comodidade que a viatura pessoal do Provedor proporciona e a segurança de quem conduz (e domina qualquer máquina), ou não fosse o circunstancial motorista – irmão CarlosReis – ele próprio, licenciado em Engenharia de Máquinas, lá chegámos ao Palácio das Cortes Reais, vulgarmente conhecido por Assembleia da República, onde nos dirigimos à Sala do Senado.
Ainda chegámos a tempo de presenciarmos a abertura da sessão, com intervenção do Vice-Presidente da Assembleia, Senhor Dr. Guilherme Silva, a que se seguiram intervenções dos Vice-Presidentes de cada uma das Comissões parlamentares enunciadas no início deste texto.Assistimos com igual e merecido interesse, às apresentações e períodos de debate de cada um dos 4 painéis apresentados, a saber:
•Idade de reforma, pensões e subsídios solidários;
•Participação no mercado de trabalho;
•Aprender ao longo da vida;
•Desafios à participação.
O primeiro painel foi moderado pelo Deputado Jorge Machado que teve como companhiada mesa e palestrantes: o Sr. Manuel Ferreira Jerónimo (Secretário-Geral do Movimento Democrático de Reformados e Pensionistas), o Dr. Casimiro Menezes (Presidente da Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos) e a D. Maria de Fátima Canavezes Alves (Coordenadora da Inter-Reformados).
O Senhor Provedor deu indicações para que os irmãos Carlos Reis e Victor Santos se inscrevessem para o debate, como estratégia para que a nossa Misericórdia deixasse o seu testemunho.
Falhas organizativas, ocorridas durante o primeiro tema, impediram que alguns dos inscritos para debate pudessem usar da palavra. Por esse motivo, o irmão Carlos Reis não interveio, malgrado a sua prévia inscrição.
Perdeu o hemiciclo, seguramente, uma oportunidade de se enriquecer, considerando aexperiência, cultura, dotes oratórios e conhecimento social que esse elemento da Mesa Administrativa da nossa Santa Casa possui.
Livrou-se, estou em crer, de ouvir uma incisiva crítica de quem tão bem sabe pôr o dedo na ferida, para que outros, querendo (e sabendo), a possam curar.
O intervalo para café permitiu, para além de descanso, convívio com outros presentes.
Retomámos ao hemiciclo para participarmos no segundo tema, moderado pelo Deputado Pedro Mota Soares, ladeado na mesa pelos Drs. Paula Guimarães (Gabinete deresponsabilidade social do Montepio) e Luís Barbosa (Presidente da Cruz VermelhaPortuguesa).
No período de debate que se seguiu, O Sr. Manuel Ferreira Jerónimo, já acomodado no hemiciclo, tal como cada um de nós, inscreveu-se para falar e aproveitou para recordar os tempos de escola, baseando-se na conversa que havia mantido, minutos antes, com o seu condiscípulo e nosso irmão Vítor Antunes.
Desta vez, a nossa inscrição para participação no debate não sofreu qualquer “censura” ou impedimento e, quando a mesa chamou Victor Neves dos Santos da Misericórdia de Torres Vedras a depor, este proferiu as seguintes palavras de improviso:
O meu obrigado pela oportunidade de intervir e, se me permitem a audácia, irei deixar uma mensagem de esperança, baseada em duas citações.Este atrevimento não é justificado por quem ainda está na puberdade da experiência devida, se comparado com o Manual de Sabedoria que constitui cada um dos presentes nesta assembleia, mas sim, pela vetusta idade e experiência da instituição que co-represento, já com 489 anos de existência.A primeira citação que destino àqueles a quem se designou chamar de idosos, é de alguém que não se encontra presente e a proferiu há várias décadas:Disse Andrei Tupolev: “A Terra é o berço da humanidade, mas ninguém vive eternamente num berço”.
Foi assim que o pai da astronáutica russa pretendeu justificar a conquista espacial.
Aos idosos, peço que qualquer que seja a página do calendário, lembrem-se sempre de que avida não acaba no “berço”.
A segunda citação (de outro idoso também ausente) foi proferida há milhares de anos e dedico-a aos parlamentares desta assembleia.Disse Virgílio: “Labor omnia vincit improbus” – um trabalho incessante vence todas as dificuldades – pelo que, Senhores Deputados das Comissões Parlamentares, continuem atrabalhar e muito, por boas causas como esta, que os resultados irão aparecer.
Aparentemente, a assembleia valorizou esta nossa intervenção, através de aplausos (dos mais calorosos que se viveram nesse dia na Sala do Senado).
O almoço decorreu num dos restaurantes do edifício, no self service destinado a público em geral.
Aproveitámos esse período para visitar os jardins do parlamento e darmos uma espreitadela aos confinantes, que servem o palácio próximo do Chefe do Governo.
Após a observação de várias peças expostas e de pequena visita à Sala do Plenário (hemiciclo recentemente remodelado onde os representantes do povo dirimem argumentos), voltámos à Sala do Senado para acompanharmos os outros debates.
O colóquio continuou com a Deputada Ana Couto a moderar o terceiro tema e apresentaçõesda Professora Dra. Esmeraldina Veloso (Professora da Universidade do Minho) e Dra. Lisabela Jacob (Coordenadora da Tertúlia do Marquês), a que se seguiu o habitual período de debate.
Após pausa para café, ainda assistimos às intervenções do último tema, com mesa presidida por Deputado Adão e Silva que moderou as participações da Dra. Manuela Filipe (Presidente da Delegação da Costa do Estoril da Cruz Vermelha) e do Comendador Carlos Pinto Coelho.
Face ao adiantado da hora, já não assistimos ao debate subsequente, nem, logicamente, à sessão de encerramento, dirigida pela Deputada Maria do Rosário Carneiro.
Como conclusão, diremos que foi muito positivo o facto de termos podido assistir e participarem Colóquio subordinado a destinatários que nos são caros, como são aqueles que estão a envelhecer e a quem dedicamos a nossa melhor atenção.
Mais importante que classificá-los de idosos, seniores, terceira idade ou idade maior (ou maiores) como inspiradamente alguns lhe chamam no país vizinho, para além de poderem envelhecer em casa ou num lar ou residência, de serem mais ou menos activos, com pensões mais ou menos confortáveis, de poderem ensinar ou aprender, o que verdadeiramente importa, é que sobre Eles nos debrucemos.
O regresso voltou a ser confortável e seguro até Torres Vedras.
V. A. H. Neves dos Santos (vogal Mesa Administrativa)
A Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras, convida os Irmãos, Utentes e seus familiares e a população torreense a assistir às comemorações do aniversário da Instituição, que se realizam na nossa Igreja (Misericórdia) no dia do aniversário 26 de Julho de 2010
A Igreja Católica em Portugal apelou a um pacto social "sustentado e justo" para fazer face à "dramática situação económica" do país.
"As medidas políticas são chamadas a contribuir para um pacto social justo, seja na fiscalidade seja no gasto público, nos serviços sociais, no rendimento básico, nas ajudas de emergência social", disse D. Carlos Azevedo, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social.
O Bispo auxiliar de Lisboa espera uma “uma contestação política organizada” que no actual contexto de crise “questione estruturas financeiras, comerciais, culturais, políticas” e permita um novo pacto social "mais sustentado e justo".
A posição foi assumida esta Quinta-feira, em Lisboa, no final de uma reunião extraordinária do Conselho Consultivo para a Pastoral Social.
“A crise é tão grave que não poderemos superá-la uns contra os outros: empresários contra os sindicatos, sindicatos contra patrões, governo contra a oposição, oposição contra o governo. A vontade de reagir tem de ser concorde, superando divisões e concertando estratégias, com propostas alternativas credíveis”, indicou D. Carlos Azevedo.
Este responsável frisou que "se se mantêm posições rígidas e enfrentamento de grupos de interesses uns contra outros só provocaremos mais vítimas da crise", sublinhando que "todos temos um contributo a dar".
Este apelo, precisou, é feito a todos os cidadãos, dado que “o Estado é muito impotente”.
Neste contexto, D. Carlos Azevedo apelou a “oposições verdadeiramente construtivas” e a “governos que possam ter força para agir com uma intervenção que não vai, às vezes, ao gosto corporativo”.
O Bispo auxiliar de Lisboa deixou votos de “mais responsabilidade social e mais responsabilidade política perante a crise, criando soluções mais corajosas”.
Falando aos jornalistas, o prelado admitiu que “em caso de extrema necessidade todos os bens são comuns”, alertando para a hipótese de o agravamento da crise gerar violência social.
“Perante a perda do emprego, a ausência de ter que comer, pode haver situações de violência, de revolta”, observou.
Para o Bispo auxiliar de Lisboa, os actuais modelos de “vida e de consumo, de produção e de distribuição” não são sustentáveis: “Repartem mal, carregam sobre outros o pior do esforço, excluem grupos, sublinham uma democracia de carga corporativa e opaca”.
Neste contexto, D. Carlos Azevedo declara que a Igreja não "pode mais evitar a consideração política dos problemas humanos e das suas soluções”.
“O movimento social cristão tem de se preocupar mais com repensar o significado político do seu compromisso e não se ancorar num impossível apoliticismo”, acrescentou.
Para este responsável, é importante que todos os cidadãos, mesmo os mais desfavorecidos, “desenvolvam iniciativas de auto-emprego, organizem protestos e exijam da democracia soluções justas”.
O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social falou na “necessidade de ultrapassar o capitalismo neoliberal e encontrar estruturas concretas que sirvam os valores”.
“Acolher o social e o estrutural como uma perspectiva da evangelização obriga a «politizar» o discurso moral e a evangelização”, prosseguiu.
D. Carlos Azevedo espera uma “aposta obsessiva na justiça social”, bem como um investimento “na produção de bens verdadeiramente úteis”.
Esta preocupação, concluiu, “tem de passar no discurso das homilias, da catequese”, para que os católicos sejam mais “críticos perante a qualidade da democracia e das instituições sociais”.
A Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras, convida os Irmãos, Utentes e seus familiares e a população torreense a assistir às comemorações do aniversário da Instituição, que se realizam na nossa Igreja (Misericórdia) no dia do aniversário (26/07/2010).
17,00 Horas
Oração pelas crianças
Intróito de órgão
19,15 Horas
Santa Missa pelos Irmãos defuntos celebrada pelo Sr. Padre Dr. Vítor Melicias
Coro de S. Gonçalo dirigido pelo Maestro Sr. Peixoto
1 – Após a sua fundação a 15 de Agosto de 1948, a sua rápida e generosa expansão por todo o território continental;
2 – Com as viagens náuticas dos descobrimentos e constituídas a partir de 1500, a sua vasta divulgação por todas as bandas do mundo por onde os portugueses se espalharam e onde foram evangelizadores;
3 –Em 1755, com o terramoto muitas Casas da Misericórdia foram abalroadas, e destruídos pelo incêndio muitos arquivos, incluindo a de Lisboa, desaparecendo mesmo uma bula pontifícia.
4 – Em 1811, com a limpeza do invasor napoleónico da península que depauperou o povo português e que pilhou e delapidou o tesouro e o património de muitas Misericórdias optou-se por uma reimplantação estimulante das Santas Casas, como única instituição de mais condizente urgência e validade.
5 – Em 1834, som o domínio do liberalismo laico e laicizante, com a estatização da Misericórdia de Lisboa, com o estrangulamento oficial da sua irmandade, e com manifestos e muito gravosos reflexos, os mais negativos, no conjunto geral das Santas Casas.
6 – Em 1910, com o advento da 1ª República e o seu cariz anticlerical e laicizante, sofre-se uma acentuada “paisanização” das Misericórdias, alterando-se mesmo a linguagem tradicional de caridade para dar lugar a Filantropia, sofrendo-se ainda da intromissão de forças políticas na disputa pelas Mesas das Misericórdias.
7 – Desfalcadas do seu património, sobretudo a partir das chamadas leis de desamortização de 1881/86, cujos reflexos ainda então se sentiam, as Misericórdias promovem o 1.º Congresso em 1924, em que se denunciam as gravíssimas dificuldades por que passavam.
8 – 1929, 2.º Congresso, sublinhando o estado de profunda carência e dificuldades económicas das Misericórdias, vincula profundamente a ideia de uma retoma na sua orientação beneficente e caritativa, segundo os princípios doutrinários da sua criação.
9 – Em 1932, o III Congresso pugna por uma mais definida autonomia das Misericórdias em relação ao Estado e sua dependência financeira, optando-se por uma maior vinculação à caridade particular criando-se a partir de então a tradição dos cortejos de oferendas, que o povo organizou e animou como uma autêntica “festa de dar” foi sua iniciadora D. Silvia Cardoso.
10 – 1945 – por iniciativa de Oliveira Salazar, esteve iminente um decreto ameaçador da unidade das Misericórdias, sendo o que se ficaria a designar por Santa Casa (culto religioso) e Misericórdia (hospitais), ficando estes mais sob administração do Estado. Evitou a publicação desse decreto o Cardeal Cerejeira, em carta de 22 de Agosto de 1945.
11 – Correndo o V centenário da Rainha D. Leonor o IV Congresso foi uma retoma dos caminhos históricos das Santas Casas, sua vocação, missão e expansão.
12 – Com a revolução de Abril de 1974, sofreram as Misericórdias novo embate com a nacionalização dos seus hospitais, ficando depauperadas de uma das suas valências mais históricas e tradicionais, correndo-se mesmo o risco de as Santas Casas serem extintas por um simples despacho do secretario de estado da Segurança Social.
13 – Em 24 de Março de 1975, realiza-se por iniciativa da Santa Casa de Viseu, sendo Provedor o Pe. Dr. Virgílio Lopes, uma reunião de alguns provedores, para análise da situação tomada de providências em relação ao futuro.
14 – Em assembleia geral do Episcopado, a Conferência Episcopal, num documento de 30 de Abril de 1976, criticou e lamentou toda a situação, condenando as disposições legislativas tomadas “sem o menor” entendimento com a Igreja.
15 – Surgindo o V Congresso em Viseu, em Novembro de 1976, e analisada com frontalidade a gravosa situação das Santas Casas, foi criada a União das Misericórdias Portuguesas, a qual, desde então tem sido o mais forte, inteligente, e solicito interlocutor com os governos e parceiros sociais, a partir de então, registando-se não só uma retoma de confiança das muitas Misericórdias até então mais fortemente penalizadas pelos acontecimentos, assim como a criação de novas unidades das Santas Casas, não só no território nacional, como também entre Comunidades Portuguesas no estrangeiro, e apoio a uma recuperação de Misericórdias nos territórios do antigo ultramar Português.
16 – Finalmente, estabelecidos contactos com Misericórdias de outros países e latitudes e tradições, sobretudo Brasil, Espanha e Itália, foram-se criando federações internacionais com congressos e convenções, culminando todo este generoso processo com o jubilar e jubiloso encontro mundial das Misericórdias com o Papa João Paulo II, no convénio de Florença na celebração dos 750 anos da 1ª Irmandade a de S. Pedro Mártir, onde as Misericórdias receberam a histórica consigna pontifícia como programa a definir as Santas Casas no limiar do ano 2000 como “um exército pacífico de fautores da civilização do Amor e promotores da Cultura da caridade”.
Por Manuel Ferreira da Silva, historiador, fundador do jornal Voz das Misericórdias e autor de diversos livros sobre as Santas Casas.
Os problemas económicos e a solidão são identificados como os principais problemas que atingem actualmente os idosos portugueses. Para 35.8% dos inquiridos as questões económicas são as mais relevantes, enquanto 26.4% refere a solidão. A falta de equipamentos de apoio (como apoio domiciliário, lares, etc...) é indicada por 12.7% dos inquiridos, enquanto 14.4% identifica os aspectos relacionados com a saúde como os mais preocupantes.
Há cada vez mais idosos em Portugal e há cada vez maior necessidade de dar respostas sociais a esta camada etária da população. Não podemos fugir a esta realidade.
Fixemo-nos nos números do Instituto Nacional de Estatística sobre a realidade nacional:
- Nos últimos quinze anos (desde 1993), a esperança média de vida à nascença aumentou quase cinco anos; - Nos últimos dezasseis anos (desde 1991), a população com mais de 85 anos quase duplicou; - Nos últimos dezasseis anos (desde 1991), a população residente em Portugal Continental aumentou cerca de 7%, mas o grupo etário com mais de 65 anos aumentou quase 35%; - O Instituto Nacional de Estatística prevê que daqui a cerca de três décadas (pelo ano 2040), 32,6% da população portuguesa tenha mais de 65 anos: 28,8% com mais de 65 e 3,8% com mais de 85%.
As respostas sociais de apoio a idosos não têm acompanhado as necessidades demográficas.
As Misericórdias são instituições com mais de quinhentos anos, tendo a primeira Misericórdia surgido a 15 de Agosto de 1498, em Lisboa. Desde então, não mais cessou a tradição do acompanhamento da pessoa idosa.