Conferência e recital de órgão de tubos na igreja da Misericórdia em Torres Vedras
BADALADAS | 25 Junho 2010
Por: VANESSA LOURENÇO
vanessalourenco@badaladas.pt
O historiador Ferreira da Silva, de 92 anos, esteve em Torres Vedras no passado dia 17 na igreja da Misericórdia para uma conferência sobre a "História das Misericórdias" em Portugal.
A palestra começou com a leitura da introdução de um livro publicado pelo historiador sobre o convento de São Bernardino no concelho de Peniche, e que contextualiza tanto o início das Misericórdias em Portugal como a importância do Oeste, "conhecidas no século XII por as terras da Rainha Santa Isabel, por terem sido oferta do Rei Dom Diniz l pelo seu casamento", no seu aparecimento.
Por: VANESSA LOURENÇO
vanessalourenco@badaladas.pt
O historiador Ferreira da Silva, de 92 anos, esteve em Torres Vedras no passado dia 17 na igreja da Misericórdia para uma conferência sobre a "História das Misericórdias" em Portugal.
A palestra começou com a leitura da introdução de um livro publicado pelo historiador sobre o convento de São Bernardino no concelho de Peniche, e que contextualiza tanto o início das Misericórdias em Portugal como a importância do Oeste, "conhecidas no século XII por as terras da Rainha Santa Isabel, por terem sido oferta do Rei Dom Diniz l pelo seu casamento", no seu aparecimento.
Ferreira da Silva afirmou ter sido a Rainha Santa a primeira a ligar a palavra "misericórdia" a uma associação de caridade ou de beneficência em Portugal. Algo que importou das suas peregrinações a Santiago de Compostela, principalmente da última quando foi incógnita ao santuário e se albergou em hospedarias que pertenciam à confraria dos frades de Nossa Senhora de Rocamadour (França), onde não existia destrinça entre classes.
Ferreira da Silva historiador de 92 anos
falou da História das Misericórdias em Portugal
O historiador falou do início das Misericórdias, da evolução e adaptação dos serviços prestados ao longo dos séculos, da importância que Dona Urraca lhes atribuiu até à forma organizada como Dona Isabel as implementou.
Ferreira da Silva, historiador de 92 anos, falou da história das misericórdias em Portugal: "As Misericórdias são as germinações das sementes que vêm dos princípios da fundação de Portugal e que se adaptou às necessidades de cada tempo e época. Sou apologista de que a definição dos objectivos das Misericórdias está escrita no livro dos Géneses: «Não é bom que o homem viva só, faça-se algo que lhe se/a semelhante e sirva de auxilio». Deus decretou a solidariedade, sendo esta a base das Misericórdias, ao que depois se pode juntar outra frase «Façam aos outros como a vós mesmos»", disse Ferreira da Silva.
Na História as Misericórdias tiveram um papel relevante na ajuda ao próximo, "que ainda hoje têm e que nunca acaba. As Misericórdias estão na História não por aquilo que foram, mas agarrando-se àquilo que ainda podem vir a ser", explicou o historiador, que apontou dois pontos fundamentais para a la-boração daquelas instituições: o rever as origens e refazer a História, porque: "foram feitas do povo e para o povo, por isso o rei outorgava e a Igreja abençoava".
A concluir Ferreira da Silva afirmou que as Misericórdias ainda têm um papel muito importante a cumprir no país, por isso mesmo continuam activas e com um lugar cativo na vida da comunidade onde estão inseridas.
A conferência foi antecedida por um recital de órgão de tubos pelo organista Daniel Oliveira, natural de Alenquer, que tocou J. S. Bach, António Brocarte, Carlos Seixas, Juan Cabanilles, Francesco Gasparini e Andrea Luc-chesi. Vasco Fernandes, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras, anunciou também que a partir do próximo mês uma das celebrações de sábado realizadas naquele templo passarão a ser acompanhadas pelo referido organista.