As últimas notícias sobre o Lar de Nossa Senhora da Misericórdia, Clínica Domus Misericordiae, ERPI, Creche, Jardim de Infância, CATL, Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário
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Novas Tecnologias ao Serviço da Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras
(Informação para Torreenses e Portugueses no Mundo)
Apresentamos aos Irmãos e todos os Órgãos Sociais da Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras, a todas as nossas funcionárias, colaboradores, voluntários, utentes e familiares de todas as nossas valências de Infância à Terceira Idade, as minhas humildes saudações como Provedor desta enorme família que se intitula Santa Casa da Misericórdia.
É com muita alegria que vos saúdo, neste Blogue, que era desejado, mas só agora concretizado, agradeço em nome de toda a Mesa Administrativa ao Dr. João Perdigão, o seu trabalho e entusiasmo na divulgação da nossa Misericórdia, que caminha para os seus 490 anos, comemorados no próximo dia 26 de Julho, com toda a dignidade que esta obra merece no seu longo caminho de servir o próximo, o mais necessitado.
A partir de agora, quem nos quiser conhecer, saber noticias, informações, tudo que se relacione com a Santa Casa, é só visitar-nos aqui.
A criação desta Santa Casa, que teve lugar nos anexos da Capela de Nossa Senhora do Ameal, deve-se a D. Manuel I, que a proclamou por carta de 26 de Julho de 1520, após a fusão de várias confrarias existentes à época, como a Confraria das Ovelhas e Outras.
A Mesa Administrativa, tem no presente como objectivo na área cultural, realizar palestras, com distintos oradores, para falarem sobre a Instituição, a sua sobrevivência em épocas de crise, convulsões sociais, globalização social, e de outros temas de interesse para divulgação e conhecimento da Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras ao longo dos séculos.
O voluntário é o indivíduo que de forma livre, desinteressada e responsável se compromete, de acordo com as suas aptidões próprias e no seu tempo livre, a realizar actividades no âmbito de uma organização promotora.
O trabalho voluntário tem se tornado um importante factor de crescimento das Organizações Não Governamentais (ONG’s), componentes do 3º Sector.. É graças a esse tipo de trabalho que muitas acções da sociedade organizada têm suprido o fraco investimento ou a falta de investimento governamental em educação, saúde, lazer etc.
A erradicação da pobreza e da exclusão social é indiscutivelmente um dos principais desafios do desenvolvimento e dos direitos humanos do nosso século, havendo uma consciencialização crescente que é imperioso conciliar o desenvolvimento económico com a coesão e justiça social.
A dimensão e a complexidade destes fenómenos estão bem patentes nos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio definidos pela ONU em 2000, onde se define como meta a redução da pobreza extrema para metade até 2015.
Também em 2000, a União Europeia, a partir da Cimeira de Lisboa, retomou estes temas como uma preocupação central da construção europeia, colocando o objectivo da coesão social ao mesmo nível do crescimento económico e do emprego.
Portugal detém a condição de país mais desigual na UE e de portador de maior índice de pobreza relativa, com um valor que há anos estabilizou nos 20/21 por cento, o que se traduz em 2 milhões de portugueses a viver em situação de pobreza.
Portugal destaca-se ainda, pela pior posição quando se fala de pobreza persistente. Em Portugal trabalhar não tende a assegurar a cobertura do risco de pobreza. Cerca de 12% dos trabalhadores são pobres.
A erradicação da pobreza e da exclusão social não é um mito, não é uma utopia, é um desafio e um desígnio que exige o compromisso e o esforço de todos.
Nesta luta contra a pobreza e exclusão social, encontramos na linha da frente Instituições como a Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras que ao longo dos anos tem contribuído com o seu trabalho, para a melhoria das condições de vida de muitas pessoas carenciadas.
Formadas num momento de grande prosperidade económica nacional, o reinado de D. Manuel I (1495-1521), com o intuito de praticar as catorze obras de misericórdia do catecismo cristão, as misericórdias portuguesas cedo se transformaram numa instituição abrangente e polifacetada, que absorvia um espectro variado de práticas de caridade. Mas também se foram constituindo num dos principais pólos do poder local do Reino, agregando as elites locais. Apesar de serem protegidas pelo poder régio, de quem dependiam directamente, actuaram com uma grande margem de liberdade em relação ao poder monárquico, sem deixarem de acusar as configurações próprias de cada momento histórico.
Embora fossem confrarias ou irmandades, as misericórdias distinguiam-se das restantes pela natureza jurídica, que era civil, e pelas actividades que eram de carácter social e dirigidas para o exterior de si próprias. Assim sendo, o consulado pombalino (1750-1777) e a regência joanina (1792-1816) consideraram-nas capazes de assegurar a assistência no reino. Mas para isso coarctaram a sua tradicional autonomia com um conjunto de medidas que procuraram viabiliza-las financeiramente, orientar as suas actividades segundo as necessidades do país e fiscalizar o seu desempenho.
Tanto o Liberalismo (1834-1910), como a 1ª República (1910-1926) como ainda o Estado Novo (1926-1974) seguiram essa mesma política, pois todos estes regimes viram nas misericórdias os órgãos centrais da assistência portuguesa. Só depois da Revolução de 1974 o Estado deixou de as considerar fulcrais na protecção social. Mas as misericórdias reagiram e mais uma vez se adaptaram e sobreviveram, embora à custa de transformações. Hoje continuam a ser instituições pujantes, assumindo um variado leque de serviços. Mantendo o espírito cristão, respondem na prática às actuais formulações de protecção e solidariedade social que decorrem do apelo da dignidade da pessoa humana.
Fonte: História Breve das Misericórdias Portuguesas, de